Categoria Informativo  Noticia Atualizada em 28-10-2010

MT não tem plano de saúde ao negro
Com 50% da população considerada negra ou parda, Mato Grosso é um dos estados brasileiros que ainda não contam com um plano de saúde integral à população negra.
MT não tem plano de saúde ao negro
Foto: www.diariodecuiaba.com.br

Com 50% da população considerada negra ou parda, Mato Grosso é um dos estados brasileiros que ainda não contam com um plano de saúde integral à população negra. Em nível nacional, a implantação do programa foi feita há quatro anos pelo Ministério da Saúde, sendo acompanhado por São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

Ontem, 27 de outubro, foi comemorado o Dia Nacional de Mobilização Pró Saúde da População Negra. O slogan do movimento é "Racismo faz mal à saúde". Em Cuiabá, autoridades ligadas ao setor da saúde discutiram o assunto durante o Seminário Estadual de Gestão da Política de Saúde Integral da População Negra.

Representante do Conselho Estadual de Saúde, conselheiro Edvande Pinto de França, informou que o objetivo é melhorar a saúde dos negros, geralmente mais vulnerável a doenças, seja pela discriminação sofrida ao buscar os serviços de saúde, por predisposição orgânica ou pelas condições sociais desfavoráveis.

Ele observou que, assim como 90% da população brasileira, a maioria dos negros é usuária do Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, afirmou que há racismo no atendimento aos negros no SUS. "Os negros sofrem essa discriminação por parte dos profissionais médicos. Por isso, um dos objetivos deste seminário é discutir essa problemática, pois são vários agravos que afetam os negros", disse.

O resultado é o mal atendimento, o que reflete em diagnósticos incompletos ou exames que deixam de ser feitos. O plano visa humanizar o atendimento e combater a discriminação nas instituições e serviços do SUS.

Conforme Edvande França, uma das doenças que mais atinge os negros é a anemia falciforme, além de problemas como pressão alta, cardíacos e respiratórios. "Uma das causas prevalentes de mortes são as paradas cardíacas e respiratórias", reforçou. "Uma das ideias é que no prontuário de atendimento seja incluído o quesito sobre a cor da pessoa, se é branca, negra ou parda, para se definir melhor as políticas de saúde", acrescentou.

Já a doença de falciforme, que apresenta a prevalência de um em cada 500 nascidos vivos nos afrodescentes, é genética e incurável e com alto índice de mortalidade. "O plano contempla o combate ao racismo institucional, aconselhamento genético, alimentar e a comunicação em saúde", frisou.

Ao lembrar que além do seminário, o plano será discutido nas conferências municipais e estadual de saúde, que serão realizadas em 2011, França disse acreditar que sua implantação ocorrerá ainda no ano que vem.

Fonte: www.diariodecuiaba.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir