Categoria Economia  Noticia Atualizada em 29-10-2010

EUA anunciam crescimento de 2,0% a poucos dias das eleições
Consumidores americanos
EUA anunciam crescimento de 2,0% a poucos dias das eleições
Foto: AFP

WASHINGTON — O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira a aguardada primeira estimativa de crescimento econômico do país no terceiro trimestre (+2,0%), a poucos dias das eleições legislativas e de uma reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central).

A economia registrou uma leve aceleração entre julho e setembro em termos anuais na comparação com o trimestre anterior, de acordo com o Departamento do Comérci, dentro das previsões dos analistas.

Durante o verão (hemisfério norte), foi registrado o quinto trimestre consecutivo de alta do PIB americano desde o início da recuperação econômica pós-recessão, que terminou oficialmente em junho de 2009.

O Departamento do Comércio destacou que a aceleração do crescimento foi "leve" em relação à primavera.

Com o resultado de 2,0%, a alta permanece inferior ao potencial de crescimento do país, o que significa que a economia ainda não está vigorosa o suficiente para permitir uma redução da taxa de desemprego nos Estados Unidos, que no fim de setembro registrou o maior nível de uma geração: 9,6%.

A alta da taxa de crescimento reflete, em primeiro lugar, "uma clara desaceleração das importações e uma aceleração da produção em estoque e do consumo residencial", de acordo com o Departamento.

As contribuições positivas ao crescimento foram compensadas, em parte, por uma queda dos investimentos das famílias em habitação e por uma clara desaceleração dos investimentos das empresas e das exportações.

Motor tradicional da atividade econômica nos Estados Unidos, o consumo residencial cresceu 2,6% no terceiro trimestre (depois de uma alta de 2,2% nos três meses anteriores), representando 1,79 ponto do crescimento do país.

O comércio exterior, que afetou em 3,5 pontos a alta do PIB na primavera, havia sido responsável por apenas 2,0 pontos no terceiro trimestre.

O aumento das reservas das empresas cooperou com 1,44 ponto para o crescimento no período.

A forte contribuição da produção armazenada também tem um lado negativo: as vendas finais aumentaram apenas 0,6% no terceiro trimestre, depois de uma alta, já frágil, de 0,9%, no período anterior.

A economia permanece sustentada pelas medidas de estímulo do governo. Os gastos públicos aumentaram 3,4%, representando 0,7 ponto do crescimento, levemente abaixo do trimestre anterior (0,8).

Um sinal preocupante é a queda expressiva da contribuição dos investimentos das empresas, que havia estimulado consideravelmente a recuperação: no período, representou apenas 0,9 ponto no crescimento, contra 1,5 no segundo trimestre.

O anúncio da alta do PIB a poucos dias das eleições legislativas de 2 de novembro representa um alívio para os democratas do presidente Barack Obama, que estão em desvantagem nas pesquisas em relação à oposição republicana.

Paralelamente, a desaceleração da demanda final e dos investimentos deve dar elementos aos diretores do Fed que são favoráveis a novas medidas de recuperação monetária para sustentar o crescimento. Eles devem anunciar uma decisão um dia depois das eleições legislativas.

Após o anúncio, a Casa Branca ressaltou o trabalho considerável que ainda deve ser feito para impulsionar a economia dos Estados Unidos.

"Tendo em vista a profundidade e a gravidade que a recessão teve, ainda é preciso fazer um trabalho considerável antes que nossa economia se restabeleça completamente", disse Austan Goolsbee, principal conselheiro econômico de Barack Obama, em um blog da Casa Branca.

Goolsbee estimou "essencial que - como recomendou o presidente - tomemos medidas com o objetivo de estimular ainda mais o crescimento e a criação de empregos".

Citou "a prolongação das exonerações fiscais para a classe média, o investimento em infraestruturas, incentivos fiscais para estimular as empresas a investir no país e a promoção das exportações".

EUA anunciam crescimento de 2,0% a poucos dias das eleições

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Fonte: AFP
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir