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Desenvolvimento humano: saúde, educação e renda melhoraram
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Foto: AFP NOVA YORK — Os habitantes do planeta gozam de mais saúde, vivem mais tempo, são mais bem educados e têm mais acesso a bens e serviços do que há 20 anos, diz um relatório do PNUD, no qual o Brasil aparece em 73º no ranking de Desenvolvimento Humano do Mundo, IDH, (8º da América Latina).
Segundo a nova metodologia, o Brasil ficou com um índice de 0,699, registrando importantes avanços em desenvolvimento humano, ainda que a desigualdade social afete parte desses ganhos.
Houve um progresso perceptível nas últimas duas décadas, "mesmo nos países em condições econômicas desfavoráveis": a educação e a saúde das pessoas "melhoraram enormemente", aponta o informe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Estes avanços, afirma o organismo, não se limitam à saúde, à educação e ao aumento da renda, "estende-se à capacidade dos indivíduos de eleger seus dirigentes, ter influência sobre decisões públicas e compartilhar o conhecimento".
Mas nem tudo é positivo. "Estes anos também foram marcados por um aumento das desigualdades, tanto entre países como dentro de seus territórios", prossegue o relatório.
Para medir o desenvolvimento, o PNUD estabeleceu um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que mede não só a renda, mas também a saúde e a educação.
Os progressos registrados em termos de IDH no mundo "são impressionantes". A partir de um nivel de 0,57 em 1990, o IDH mundial médio passou a 0,68 en 2010, o que segue uma tendência iniciada em 1970.
"Este crescimento reflete um aumento mundial de 25% nos indicadores de saúde e educação, assim como a duplicação da renda per capita", destaca o texto.
Quase todos os países se beneficiaram deste progresso: de 135 nações, que representam 92% da população mundial, apenas três - República Democrática do Congo, Zâmbia e Zimbábue - registram IDH inferior ao de 1970.
Na América Latina, Chile e Argentina mantêm o posto de IDH mais alto. De acordo com o PNUD, a região - que por muito tempo foi considerada a mais desigual do mundo - alcançou avanços importantes.
Chile e Argentina aparecem, respectivamente, em 45º e 46º lugares na lista geral, seguidos por Uruguai (52º), Panamá (54º), México (56º), Costa Rica, (62º), Peru (63º), Brasil (73º), Venezuela (75º), Equador (77º) e Colômbia (79º), todos situados na faixa considerada de alto desenvolvimento humano.
Na faixa de desenvolvimento humano médio estão a República Dominicana (88º) e os centro-americanos El Salvador (90º), Honduras (106º), Nicarágua (115º) e Guatemala (116º), além de Bolívia (95º) e Paraguai (96º).
"Para cada país que reduziu a desigualdade nos últimos 30 anos, mais de dois pioraram", afirma o PNUD.
No entanto, "América Latina e Caribe constituem uma exceção importante: a região, que por muito tempo abrigou a mais grave brecha do mundo em matéria de renda e bens, hoje conseguiu importantes avanços graças a mais gasto público e políticas sociais focadas", explica o relatório.
Ainda na América Latina, o informe ressalta a implementação de programas de transferência de renda para famílias pobres que mantenham seus filhos na escola, como os brasileiros Bolsa Escola e o Bolsa Família, o mexicano Oportunidades e o chileno Chile Solidário.
O PNUD adverte, no entanto, que "não é possível conseguir bons resultados só a partir deste tipo de programa".
Abaixo, os principais lugares do ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) medido pelo PNUD e divulgado pela ONU nesta quinta-feira:
PAÍS EXPECTATIVA ESCOLARIDADE RENDA PER CAPITA
DE VIDA (EM ANOS) (EM US$)
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Os 15 melhores:
1. Noruega 81.0 12.6 58,810
2. Austrália 81.9 12.0 38,692
3. Nova Zelândia 80.6 12.5 25,438
4. Estados Unidos 79.6 12.4 47,094
5. Irlanda 80.3 11.6 33,078
6. Liechtenstein 79.6 10.3 81,011
7. Holanda 80.3 11.2 40,658
8. Canadá 81.0 11.5 38,668
9. Suécia 81.3 11.6 36,936
10. Alemanha 80.2 12.2 35,308
11. Japão 83.2 11.5 34,692
12. Coreia do Sul 79.8 11.6 29,518
13. Suíça 82.2 10.3 39,849
14. França 81.6 10.4 34,341
15. Israel 81.2 11.9 27,831
- Os países latino-americanos:
45. Chile 78,8 9,7 13.561
46. Argentina 75,7 9,3 14.603
52. Uruguai 76,7 8,4 13.808
54. Panamá 76,0 9,4 13.347
56. México 76,7 8,7 13.971
62. Costa Rica 79,1 8,3 10.870
63. Peru 73,7 9,6 8.424
73. Brasil 72,9 7,2 10.607
75. Venezuela 74,2 6,2 11.846
77. Equador 75,4 7,6 7.931
79. Colômbia 73,4 7,4 8.589
88. Rep. Dominicana 72,8 6,9 8.273
90. El Salvador 72,0 7,7 6.498
95. Bolívia 66,3 9,2 4.357
96. Paraguai 72,3 7,8 4.585
106. Honduras 72,6 6,5 3.750
115. Nicarágua 73,8 5,7 2.567
116. Guatemala 70,8 4,1 4.694
Os 15 piores:
155. Afeganistão 44.6 3.3 1,419
156. Guiné 58.9 1.6 953
157. Etiópia 56.1 1.5 992
158. Serra Leoa 48.2 2.9 809
159. RCA 47.7 3.5 758
160. Mali 49.2 1.4 1,171
161. Burkina Faso 53.7 1.3 1,215
162. Libéria 59.1 3.9 320
163. Chade 49.2 1.5 1,067
164. Guiné Bissau 48.6 2.3 538
165. Moçambique 48.4 1.2 854
166. Burundi 51.4 2.7 402
167. Níger 52.5 1.4 675
168. RD Congo 48.0 3.8 291
169. Zimbábue 47.0 7.2 176
Para ver o relatório completo, acesse o site do PNUD: http://hdr.undp.org
Desenvolvimento humano: saúde, educação e renda melhoraram em 20 anos
Menino pula na água em Oslo; Noruega foi classificada como o país com melhor qualidade de vida
Fonte: AFP
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Por:
Alexandre Costa Pereira |
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