Categoria Informativo  Noticia Atualizada em 29-11-2010

Polícia apreendeu 40 t de drogas e pelo menos 50 fuzis no Alemão
Um balanço parcial divulgado no domingo pela assessoria da Secretaria de Segurança do Estado do Rio estimou em cerca de 40 t a quantidade de drogas apreendidas no primeiro dia de ocupação do Complexo do Alemão, na zona norte da capital fluminense.
Polícia apreendeu 40 t de drogas e pelo menos  50 fuzis no Alemão
Foto: oglobo.globo.com

Pelo menos 50 fuzis foram encontrados, sendo nove deles de calibre .30, capazes de abater aeronaves ou até perfurar carros blindados. Dez mil munições de vários calibres também foram apreendidas. De acordo com informações do jornal O Dia, policiais também recolheram 50 coletes, dez balanças e uma prensa para drogas, além de aproximadamente 500 frascos de lança-perfume.

Do total de drogas localizadas, a Polícia Civil contabilizou 13 t de maconha, 200 kg de cocaína e 10 kg de crack. Durante todo o dia, grandes carregamentos de drogas foram localizados dentro de casas, escondidos nas lajes ou enterrados em quintais. Em uma única residência, a Polícia Civil encontrou 7 t de maconha em tabletes, o suficiente para lotar um caminhão.

O jornal O Dia noticiou que três homens foram presos e encaminhados para a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE). Luiz Augusto de Faria, o "Índio", é apontado como o responsável pela distribuição de maconha para os morros da região; Anderson Alves Ramalho, o "Fin", seria o chefe do tráfico na Fazendinha; e Eduardo Luiz Paixão, o "Duda" ou "Dudão", é considerado o responsável pela contabilidade do tráfico.

A ocupação do Complexo do Alemão começou por volta das 8h de domingo. Os cerca de 2,7 mil policiais envolvidos na operação encontraram menos resistência do que imaginavam. Tiros de fuzil e rajadas de metralhadora podiam ser ouvidos ao longe, mas a presença maciça das tropas amedrontou os traficantes, que preferiram fugir, se esconder ou se entregar, em vez de partir para o confronto direto.

Em entrevista, o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, disse que a operação atingiu o coração do tráfico e que, depois do Alemão, a polícia poderá ir às favelas da Rocinha e do Vidigal, ambas na zona sul. "O Alemão era o coração do mal. É um local emblemático para todo o Rio de Janeiro, onde tínhamos a convergência de marginais, que lá se homiziavam escondiam. E se chegamos ao Alemão, nós vamos chegar na Rocinha, vamos chegar ao Vidigal."

Beltrame afirmou que as operações no Complexo do Alemão não têm prazo para terminar e que o governo do Rio espera manter um efetivo fixo na região, que será pacificada com ocupação permanente das forças de segurança.

Violência
Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer).

Cartas divulgadas pela imprensa na segunda-feira levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado.

Na terça, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal passaram a integrar as forças de segurança para combater a onda de violência.

Desde o início dos ataques, o governo do Estado transferiu 18 presidiários acusados de liderar a onda de ataques para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Os traficantes Marcinho VP, Elias Maluco e mais onze presidiários que estavam na penitenciária de Catanduvas foram transferidos para o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia.

Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Muitos traficantes fugiram para o Complexo do Alemão. O sábado foi marcado pelo cerco ao Complexo do Alemão. À tarde, venceu o prazo dado pela Polícia Militar para os traficantes se entregarem. Dentre os poucos que se apresentaram, está Diego Raimundo da Silva dos Santos, conhecido como Mister M, que foi convencido pela mãe e por pastores a se entregar. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do complexo.

Desde o início dos ataques, até a incursão no Complexo do Alemão, no domingo, 28, pelo menos 38 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro e 181 veículos foram incendiados.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir