Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 03-12-2010

Os novos rumos da Copa do Mundo
Em meio à intensa crise de credibilidade, a Fifa decidiu ontem, na Suíça, os novos rumos da Copa do Mundo.
Os novos rumos da Copa do Mundo
Foto: /www.mundovip.org

Amparados pelo poder do dinheiro, Rússia e Catar receberão o Mundial pela primeira vez na história, em 2018 e 2022, respectivamente. A eleição foi marcada por denúncias de compra de votos e muita desconfiança. No fim, prevaleceu a força política dos escolhidos e a vontade da Fifa em levar a Copa do Mundo para países que ainda engatinham no futebol.

Dona do maior território do planeta - com 17.075.200 metros quadrados - a Rússia, que se divide entre Europa e Ásia, levou a melhor na disputa contra fortes rivais europeus: Inglaterra e candidatura combinadas entre Espanha/Portugal e Bélgica/Holanda. Considerados favoritos pelo ineditismo, os russos prometeram investir US$ 500 bilhões (R$ 850 bilhões) no total, sendo que US$ 3,8 bilhões (R$ 6,5 bilhões) apenas em estádios.

A aposta da Rússia é usar o Mundial como forma de turbinar o esporte, abrindo novo mercado como aconteceu com os Estados Unidos, 1994, e com a África do Sul, em 2010.

Três gigantes do futebol atuaram como embaixadores fortalecendo a candidatura: o atacante Andrey Arshavin, capitão da seleção, o empresário Roman Abramovich, dono do Chelsea, além de Rinat Dasaiev, ex-goleiro da União Soviética. A musa do salto com vara e uma das maiores esportistas russas da história, Yelena Isinbayeva, também fez parte da comitiva.

Ávido por transformar a fortuna proveniente do petróleo em atrativos para a população, o Catar também não poupou recursos financeiros para superar Austrália, Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul pelo direito de sediar o Mundial de 2022. A candidatura árabe era rascunhada há muito tempo e foi intensificada nos últimos anos com esforços para receber outros eventos de grande importância, como os Jogos Asiáticos e a Copa da Ásia.

Entretanto, a escolha pelo Catar surpreendeu, já que a Fifa havia mostrado preocupação com o forte calor do Oriente Médio nos meses de junho e julho, quando acontece a Copa do Mundo. A entidade chegou a colocar ressalva na candidatura avaliando como risco a saúde dos jogadores. No fim, o dinheiro falou mais alto, já que a tradição no esporte é inexistente, evidenciada nos embaixadores convidados: os ex-jogadores Zinedine Zidane (França), Ronald de Boer (Holanda), Guardiola (Espanha) e Roger Milla (Camarões).

Mais uma vez, a Fifa aposta em países com pouca força no futebol, mas que podem deixar as obras como legado à população. Resta saber se russos e árabes saberão aproveitar o estímulo ou sofrerão com elefantes brancos que oneram os cofres públicos como aconteceu recentemente no Japão, na Coréia do Sul e, principalmente, na África do Sul.

Putin viaja à Suíça para agradecer; sheik fala em preconceito



Ausente durante a votação, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, seguiu logo após a escolha da Fifa à sede da entidade, na Suíça, para agradecer pela eleição de seu país como sede do Mundial de 2018.

"Havia prometido (ir a Zurique) ao Comitê Executivo caso tomassem uma decisão favorável à Rússia. Portanto, quero agradecer-lhes pessoalmente e falar sobre os planos para a preparação do Mundial", declarou o ministro, que preferiu não acompanhar a votação para não pressionar a Fifa.

O príncipe herdeiro do Catar, o sheik Mohammed bin Hamad Al-Thani, agradeceu a confiança e disse que a Copa do Mundo de 2022 pode acabar com alguns preconceitos sobre o país, principalmente os que se referem ao tratamento das mulheres e ao calor.

"Agora que acabou o processo de escolha eu posso falar: a ideia de que todas as mulheres do Oriente Médio sofrem repressão é um preconceito. Vários outros países também tinham problemas, mas nós sofríamos com preconceito, o calor é outro exemplo", disse.

Fonte: www.dgabc.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir