Categoria Economia  Noticia Atualizada em 03-12-2010

Medidas do BC reduzem chance de alta na Selic este ano, dizem econimistas
O mercado financeiro está reduzindo a praticamente zero as chances de o BC mexer na taxa Selic na reunião do Copom da semana que vem.
Medidas do BC reduzem chance de alta na Selic este ano, dizem econimistas

Até o fechamento desta quinta, os preços dos contratos de juros futuros negociados na BM&F indicavam uma expectativa de pelo menos 50% de aumento da taxa básica este mês.

Com anúncio das medidas nesta sexta-feira pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a chance de que o Copom vá subir os juros agora é quase nula.
Para o economista-chefe do Banco Votorantim, Leonardo Sapienza, o pacote do BC é positivo porque segura o crescimento do crédito ao consumo, que pressiona a inflação.

"O mais importante é essa preocupação do BC com a expansão do crédito. E saber que as medidas não afetam o crédito imobiliário e os financiamentos para investimento. O caso do banco Panemericano também pode explicar o timing e a extensão das medidas, sinalizando prudência".

Ainda segundo Sapienza, as mudanças "complementam a política monetária tradicional que é mexer na taxa de juros. "O próprio Meirelles admite que aumento de compulsório não é a medida mais adequada para controlar a inflação mas sabe que gera algum efeito".

Rubens Sardenberg, economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos, a Febraban, avalia que as decisões do governo são "uma tentativa de endurecer a política monetária sem ter que recorrer a um aumento da Selic, ao menos no curto prazo. Agora acho que não faz mais sentido subir os juros já nesta reunião de dezembro".

Na opinião do economista José Francisco de Lima, do Banco Fator, "as medidas refletem um preocupação legítima com a forte expansão do crédito a pessoas físicas e eventuais efeitos sobre inadimplência. Isto sugere que não é hora de subir os juros. Os spreads cobrados pelos bancos já vão subir e onerar os orçamentos das famílias", gerando efeito esperado pelo BC de diminuir a pressão sobre a inflação.

O recado do BC foi bem recebido pela maioria dos economistas e analistas do mercado financeiro. Mas a preocupação com a trajetória da inflação em 2011 continua. Na BM&F, os contratos futuros revelam que a expectativa por elevações na taxa Selic se mantém para janeiro e março do ano que vem.


Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir