Categoria Geral  Noticia Atualizada em 08-12-2010

De vítimas a acusados: diretora persegue e processa professores e repórter
A repórter Luciana Maximo e três professores foram processados por danos morais por denunciarem a diretora da Escola Estadual Professor José Veiga da Silva em Marataízes por perseguição.
De vítimas a acusados: diretora persegue  e processa professores e repórter
Todos eram vitimas com exceçao da repórter, agora acusados

O fato se acabou se tornando peça de investigação na Corregedoia da Sedu. Luciana foi denunciada por ter redigido a reportagem que gerou indignação na classe do magistério.

De acordo com a jornalista, em julho de 2010 ela foi informada de um fato que ocorrera na Escola. Na ocasião os professores Fernanda dos Santos Lourenso, de Filosofia, Cleidson Frisso e Ana Beatriz Rangel da Silva, ambos de Língua Portuguesa haviam contatado a repórter e denunciado a diretora Norma Ligia da Silva Brumana por perseguição. Por telefone e e-mail os professores relataram o que havia ocorrido no eduncadário.

Fernanda contou que ao assumir as aulas de Filosofia começou a ser interrogada por alguns alunos sobre sua prática, se estava apita a ministrar as aulas, entre outras interpelações. As interrogações dos estudantes segundo a professora fora por orientação da diretora. Até então, nenhum problema até que uma das alunas ao presenciar o fato contou a professora que a conversa estava sendo filmada e gravada num aparelho celular.

A situação foi se agravando quando o professor Cleidson passa a fazer parte do episódio, redige uma crônica e trabalha com os alunos, o tema, ética. A diretora não gostara do conteúdo da crônica e o envergonhara na presença de pais e alunos.

Não parou por ai, dias depois os alunos vestiram-se de preto para protestar, foi guando Ana Beatriz entrou em cena e não concordou com o que estava acontecendo. Os três educadores e a repórter acabaram sendo peça em um processo onde Norma solicita na justiça uma indenização por danos morais.

Informada dos fatos Luciana foi até a Superintendência Regional de Educação (SRE) e ouviu a supervisora pedagógica Celeida Chamão sobre a denúncia dos professores. Lá constatou que estavam todas protocoladas e que a inspeção daria inicio a uma investigação. Após entrevistar a supervisora, Luciana ouviu também o superintendente Roberto Lopes, que disse que tudo seria investigado e se constatadas as denúncias a punição seria aplicada por parte da SEDU. Posteriormente, segundo Luciana entrou em contato com a diretora para saber sua versão. Nessa ocasião Norma negou que teria praticado perseguição.

A jornalista conta que após a notícia ser veiculada no www.maratimba.com.br, com mais de 1600 leituras e muitos comentários e neste jornal, a diretora se sentiu ofendida e impetrou uma ação de reparação de danos junto ao Juizado Civil da Comarca de Marataízes, solicitando uma quantia irrisória de R$20.000 dos envolvidos que agora respondem por ter denegrido a imagem da diretora quando na verdade eram vitimas dela.

Segunda-feira, 06/12 foi a audiência de conciliação e os quatro acusados inclusive Luciana não aceitaram nenhum acordo, por entenderem que não tem culpa alguma, já que o caso se tornou peça de instigação junto a Corregedoria Geral da Secretaria Estadual de Educação – SEDU, que já esteve na escola para averiguar os fatos e constatou.

O julgamento dos quatro está marcado para 17 de fevereiro, onde os três e a repórter estarão frente a frente com o juiz e a diretora.


Liberdade de expressão, cadê?


Em pleno século XXI tentar cercear a imprensa é no mínimo estupidez por quem imagina cometer tal delito. Mas ainda existem os que acreditam que podem intimidar, ou, seduzir como fazem alguns oferecendo supostas vantagens para que o jornalista não publique determinada notícia.

Entretanto, há os que não se vendem e nem temem intimidação alguma é o caso da repórter Luciana Maximo, que já passou por infinitas situações. Já recebeu proposta em dinheiro para se calar e não aceitou, entre outras. "Já fui expulsa de um fórum por um juiz, e de joelhos li para ele um texto que agredia os seus tímpanos, também recebi ameaça de morte de um policial civil, fui processada por vereadores, ex-prefeitos e até por delegados. E há os que me odeiam, os que foram homenageados no livro Rabo de Olho, deputados, promotor, pastor e os cambaus...", ironiza.

De acordo com o jornalista, advogado e professor José Paineira Filho, o dia que tentarem por mordaça na imprensa, tchau tchau democracia. "A liberdade de expressão é guardiã da democracia, quando alguém tentar mordaçá-la, principalmente a quem tem o dever de trabalhar na imprensa, a democracia cai por terra. Se a pessoa se sentir ofendida pelo exercício da imprensa deve requerer espaço para colocar sua versão sobre o fato, o direito de resposta é constitucional, não tentar calar a imprensa, jamais colocar mordaça, no dia que isso acontecer bay democracia", explicou Paineiras.

Segundo o jornalista, que é advogado, não há crime quando um repórter noticia os fatos e ouve as duas versões. "A pessoa atingida pode usar o espaço onde a notícia ou reportagem foi publicada para se retratar, a imprensa é livre", afirmou.





    Fonte: Luciana Maximo
 
Por:  Luciana Maximo    |      Imprimir