Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 10-12-2010

1h00 de chuva e um rastro de destruição, medo, pavor e desespero em Kennedy
Uma tragédia sem precedentes.
1h00 de chuva e um rastro de destruição, medo, pavor e desespero em Kennedy
Foto: Luciana Maximo

Presidente Kennedy foi alvo de uma tromba de água, na tarde de ontem que assustou a todos. Não mais que 1h00 de chuva deixou um rastro de destruição e prejuízos incomensuráveis.

Até o fechamento desta edição não foi possível constar se houve vítimas fatais, uma vez que, as autoridades estavam todas voltadas a socorrer a população que perdeu casas e muitos estavam desabrigados.

Os asfalto cedeu na saída do município para quem vai sentido Kennedy X Praia de Marobá, uma cratera de mais 4 metros de profundidade se abriu e por pouco não engoliu um carro com duas pessoas dentro.

Um susto e muitos prejuízos. Casas desabaram, paredes, muros, as ruas foram tomadas de água e esgoto. O centro da cidade ficou intransitável e as residências a ribeirinha do córrego que corta Kennedy foram tomadas, um verdadeiro filme de terror. As pessoas não sabiam o que fazer, andavam sem saber aonde ir.

A secretária de Habitação Priscila Correia falou muito rapidamente com a reportagem sobre o que a administração estava fazendo, disse que se dividiram em três equipes para socorrer as vítimas, mas não sabiam onde iriam acomodar os desabrigados. Ou seja os que estavam com as casas condenadas, disse a priori que pensaram em levá-los ao Correão, o maior ginásio do município, mas o mesmo está com a estrutura ameaçada e também pode se encher de água. Priscila informou que toda a assistência será dada e pediu calma. "Estamos providenciando abrigos e vamos acomodar todos que precisarem", disse.

O centro da cidade, prefeitura, bancos, Correios, comércio em geral, farmácia popular, restaurantes e a principal pracinha nada se via, era só aguá e a população estática, sem saber o que fazer, nunca havia visto algo semelhante.

Tentamos falar com a assessoria de imprensa da Prefeitura para informar a população sobre o que fazer, para onde ir, mas não foi possível. Por telefone solicitamos o número da Defesa Civil e a mesma não nos informou, dizendo apenas que o secretário de Obras, Édino Rainha responde pela Defesa Civil, mas o mesmo estava ocupado e não foi possível.


Sem teto, na lama e humilhados

A situação dos moradores que residem na rua Manuel Lúcio Gomes é desesperadora e em várias outras. Lama, barro, água suja, esgoto toma conta da viela. E a aposentada Virgilina Peçanha, 80 anos estava desolada a porta da casa. "Toda vez que chove passamos por isso aqui, minha casa está chovendo toda dentro. Nem pela fé consigo entrar na igreja quando chove aqui. A prefeitura já sabe disso, mas parece que não tem jeito. Na hora que minha casa cair em cima de mim, eles vão dar um jeito", reclamou a dona de casa.

Dona Vigilina não é a única moradora a passar esse aperto. Outra aposentada que ficou em apuros foi Palmerina Maximo, residente à Rua Olimpia ferreira Viana. "Minha casa encheu de água, pensei que ia cair em cima de mim. Mas a prefeitura já prometeu que vai construir outra, estou confiante", disse.

A rua Atila Vivácqua que corta o coração de Kennedy também deixou moradores em apuros, a cozinheira Elisangela Cruz Mota, 35 que mora bem perto do Armazém Valmir Araújo, está transtornada. Ela disse que a prefeitura aterrou a rua e não percebeu que quando chovesse o caos se instalaria ali.

"Isso é o resultado de obras irregulares. Choveu, encheu a minha casa até o telhado. Agora preciso de socorro. Estragou todos os móveis, cama, guarda-roupa. A prefeitura disse que iria alugar uma casa para mim, até construírem a minha popular. Já está lá os papéis, só falta a autorização para entrarmos", disse.

A auxiliar de serviços gerais Angélica Gonçalves Reis, 32 anos, não estava só assustada, estava indignada. "Se eu pegar o Édino na minha frente, sou capaz de arrancar os olhos com minhas próprias mãos. Eu falei que ia entrar a água na minha casa quando chovesse, mas ele continuou aterrando a rua. Insisti, vai entrar água na minha casa e ele disse. "Se entrar, sou responsável". Você tinha de ver o sorriso de deboche que ele deu na minha cara. Virou as costas como se estivesse falando com um cachorro. Eu espero que o prefeito venha aqui com ele e olhe a minha casa. Quero ver se ele vai se responsabilizar pelo que perdi", indignou-se.

A reportagem tentou ir a outras localidades e residencias, mas os acessos estavam comprometidos. No centro não era possível passar, pelas ruas transversais, lama e barro formaram uma camada que não tinha como transitar.

O conselho da administração é que a população tenha cautela que tudo será resolvido, para isso as equipes já estão nas ruas, averiguando todo o caos.







































    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Luciana Maximo    |      Imprimir