Categoria Cultura  Noticia Atualizada em 13-12-2010

Ronald Mignone lançará Livro dia 29/12. Confira a Entrevista
Entrevista: Ronald Mignone apresenta as suas “Crônicas da História de Marataízes”
Ronald Mignone lançará Livro dia 29/12. Confira a Entrevista
Foto: Divulgação

Ronald Mignone é "maratimba da gema". Na verdade, por motivos de força maior, o filho mais novo de Humberto Mignone Junior e Maria Línis Wanderley Penha veio ao mundo em Cachoeiro, no dia no dia 4 de agosto de 1967. "Meus pais já moravam em Marataízes e minha mãe foi para Cachoeiro apenas para eu nascer, por conta da precariedade dos serviços hospitalares da época", justifica.

Dono de uma memória invejável, Ronald lembra da infância em Marataízes e das escolas por onde passou. Jardim de Infância da Barra, Jardim da "Tia" Eliete Pedra, em Marataízes, Maria da Glória e Narciso Araújo, na Vila. Suas recordações mais marcantes da época de estudante estão no Polivalente, onde cursou o antigo "ginasial", e no Cristo Rei, de Cachoeiro, onde fez o "colegial" de 1982 a 1984 e - ele faz questão de lembrar – foi capitão da equipe de vôlei que "ganhou tudo no sul do Estado".

Chegou a cursar um período do curso de Engenharia Mecânica na UFES, em 1985, mas abandonou o curso para, no ano seguinte, entrar na Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim, onde se formou em 1990. Exerce a profissão desde 1991. Advogou em Itapemirim até 1993, quando foi tentar a sorte em Brasília. Na capital federal, deu sequência à carreira, atuando também como professor de Direito em diversas faculdades. Emplacou algumas teses jurídicas, sendo que algumas viraram tese no STJ.

Nas terras candangas, Ronald Mignone ainda foi presidente do Jeep Clube de Brasília e, para divulgar as tradições de sua terra natal e aliviar um pouco da saudade, ajudou a fundar a "Casa do Capixaba".

Agora de volta a Marataízes (não sabe se em definitivo), Ronald está concluindo o seu projeto mais recente. O livro "Crônicas da História de Marataízes: um olhar sobre a cidade", que deverá ser lançado ainda neste mês, promete despertar grandes emoções entre os leitores.

Numa rápida entrevista, Ronald Mignone contou detalhes sobre o livro para o "O Jornal Online", de nosso amigo Helinho Barboza e falou um pouco sobre as suas perspectivas para os próximos anos em Marataízes. Leia!

O Jornal Online – Qual foi a principal motivação para escrever as "Crônicas da História de Marataízes"?

Ronald Mignone – Já tinha em mente que iria escrever um livro, só não havia decidido qual seria o tema. Ao criar um grupo de Marataízes numa rede social, vendo as fotos antigas postadas, várias memórias de minha infância e adolescência vieram à tona e tive o insight de escrever sobre a cidade. Já conhecia um bocado a história da região, por pesquisa e por histórias contadas pelo pai, e resolvi contar a história de Marataízes e do seu "município-mãe", Itapemirim, de forma leve, passando depois a fatos e "causos" que foram vivenciados por mim e por outros maratimbas, fazendo também uma provocação ao leitor acerca dos destinos de Marataízes como cidade turística, chamando à responsabilidade os formadores de opinião sobre a necessidade de se direcionar o futuro para um turismo sustentável não só pela balneabilidade das suas praias, mas, também, pela sua rica história e pelo turismo rural.

O Jornal Online – O que podemos esperar das crônicas? Acredita que muitas pessoas vão "viajar no tempo" com as histórias?

Ronald Mignone – Irão viajar sim. Procurei escrever o livro de forma leve, afastando-me do rigor técnico de minha escrita natural, advinda da minha profissão. Conto os "causos" de maneira divertida, leve, identificando sensações, aspectos geográficos e históricos, experiências. As pessoas que já puderam ler a "boneca" do livro disseram que se sentiram transportados para dentro da história da região, pela forma como relato os aspectos históricos, assim como nos "causos" que conto.

Fiz parte de uma geração que fez história na cidade, responsável pelo boom do voleibol em Marataízes. Conto como tudo começou, em 1980, na quadra de areia de Homero Lontra Costa, no local que ficou conhecido como o "Vôlei do Seu Homero", culminando na criação de equipes vencedoras no sul do Estado e no surgimento de estrelas de nível internacional, como o Fábio Magalhães.

Conto o boom do surf na cidade também. Comecei a pegar onda em 1985, no ano em que passei no vestibular para engenharia em Vitória.

Falo dos tempos áureos da cidade, passeando pelos bares que marcaram época e pelo Iate Clube. Conto do meu bar, o Maresia & Cia, montado por mim nos jardins da nossa casa, na Cidade Nova, que teve um sucesso estrondoso. O livro é uma viagem e deixei propositalmente de contar dezenas de outras histórias como reserva técnica para um novo livro que pretendo começar a escrever logo.

O Jornal Online – Há previsão para o lançamento do livro?

Ronald Mignone – Sim, O lançamento será no dia 29/12, no Café da Loja, em Marataízes, às 19hs, para quem ainda não sabe onde fica acesse este link para visualizar no mapa. Minha mais nova grande amiga, a Luciana Fernandes, da agência de publicidade LFernandes, de Cachoeiro, "comprou" minha ideia e entrou de cabeça na empreitada, tendo elaborado um projeto gráfico magnífico.

Tenho ciência da ausência de incentivo para iniciativas do gênero em Marataízes, por falta de visão cultural – coisa que desde sempre apregôo que é o maior problema do município – e, por isso, não me limitarei a procurar apenas patrocínio na cidade. Se vier dela, melhor ainda. Mostrará que essa visão, ou melhor, essa falta de visão cultural está mudando.

O Jornal Online – Depois de tanto tempo morando longe de Marataízes, como você enxerga o momento atual do município e da região? É possível uma nova "Era de Ouro"?

Ronald Mignone – Apesar de morar a mais de 1.200km de distância de Marataízes há quase 20 anos, invariavelmente todo ano venho à cidade, por vezes mais de uma vez por ano. Procuro sempre estar antenado com o que acontece no município, preocupado que sou com a terra que amo de verdade e que pretendo voltar a residir em curto prazo.

Marataízes está passando por um processo de transformação, de amadurecimento, com possibilidades reais de passar a ter um orçamento que possibilite à administração pública realizar investimentos em infraestrutura que melhore a vida do maratimba. Falo de geração de empregos, de incremento na educação no município. O investimento na educação é importantíssimo para que a população se conscientize que Marataízes não voltará o ter o lugar de destaque como referência turística no Estado se não urbanizar de forma eficiente seus atrativos, o que passa por várias medidas, para que, concomitantemente, um turismo de qualidade seja oferecido para atrair "turistas de qualidade", que deixem divisas na região.

Isso não é sectarismo, é uma visão minha séria, abalizada em minha experiência de vida, de conhecimento de várias outras cidades no país e fora dele. Para mim, a questão é simples: tomando como exemplo as cidades de Búzios/RJ, Pirenópolis/GO, Parati/RJ, Itacaré/BA, etc., não atraem nem pretendem atrair turismo barato, de gente que não gasta dinheiro na cidade. Lá não se tem trio elétrico, poluição sonora e visual, lixo pelas ruas, comerciantes despreparados. Trato disso no livro, chamando o leitor – em especial o maratimba – à responsabilidade pelo rumo que ele quer que Marataízes tome.


    Fonte:

Acesse Ojornalonline

 
Por:  Adriano Costa Pereira    |      Imprimir