Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 20-12-2010

ANTIGO CINE “SíO JOSÉ”
Apelo Poético
ANTIGO CINE “SíO JOSÉ”
ANTIGO CINE SAO JOSÉ

Debruçada nos conceitos Culturais, expresso os limites imensuráveis dos seres incapazes da concepção artística, essas pequenezes do cotidiano e, de apegos nas incertezas de vida atordoado-se em devaneios pensamentos e medos que às vezes expressamos em palavras nos conceitos alheios.

Somos esquecidos de nos mesmos e, assim mergulhamos nossos ínfimos desejos, que passeiam nas peles, poros e pensamentos, pela soberba concepção alheia e, no máximo que se consegue e o não esconder mais o que nos devora somente na liberdade íntima, plena e mesclada de sensualidade. Não se trata de um ensinamento monástico, esse pensamento vem do poema aflorado de anseios e a descoberta do poder em desatar nó de velhos tabus fomentado por preconceitos e julgamentos condicionados ao individuo escravo de si mesmo.
Tal a poeta dá um mergulho na literatura poética, em gestos ousados, decifrando dogmas e superando na poesia tais conjunções em essências, sensibilidade, ao seu tempo e modo, arrancando do útero e, poetizando efêmera... Debochada, insana, verdadeira e profanada nos enigmas que atordoa alguns profetas das ruínas.
O que prevalece para a poetisa é o desafio de encarar as escritas soltas, livres escorrendo ao vento passageiro em nuances autênticas em palavras vadias, mas impostas do amor racional...

E na mesma linguagem que descreve: tenho entre os seios, no espaço restrito, uma cicatriz marcada a ferro e fogo que ás vezes se abre e me causa uma dor monstruosa. Deparo com o vazio, sem solidão, apenas um vazio de palavras e, consta a legião de poetas que por causas insignificantes, quase todos, desfalecem de paixão.

Desfalecem... Morrer é um ato covarde, palavra ausente do dicionário do poeta. Interpenetramos nas cinzas, nos calabouços mórbidos, seqüências de nossas missões penosas em abstinências de vadiagens e viver só, nas escritas com liberdade e a poesia!
Os poemas dedicados a "São José do Calçado",onde cresceu,há um exemplo de coragem e patriotismo, faz-se poeta em construção de sua liberdade e verdade nua & crua...
A poetisa abre sua poesia á generosidade das palavras para permear trechos de uma bela cidade, que esconde em seu submerso, fotografias nuas, tristes, ausentes de cores num tempo esquecido sem preservação restaurada aos anseios da população, mas contida em favorecimentos políticos, onde só um poeta é capaz de ver-sentir ou pressentir... Sobre as montanhas a chuva cai nas flores (artificiais, ainda bem que assim existem, pior sem elas), os indivíduos passam alheios, eu, ouço longínquo o barulho do mar de Marataízes (...).

O mar passeia sobre as montanhas, é uma onda insistente e cai para dentro do meu quarto, manchando as folhas esparsas, escritas em insanidade de nos dois:
Eu e a Cidade... Então me pergunto: por onde anda as pessoas, as flores vivas e as montanhas verdes?

Essa minha linguagem revela uma dor impermeada pelas águas salgadas e doces, confusão de palavras machucadas de uma relação amorosa e tão cotidiana: o meu suplicio de amor às raízes dessa cidade situada nas rochas dos corações sobreviventes. Tiro do choro e revelo sua paisagem mais íntima nos poemas:

"São José do Calçado", mas quais palavras molhadas e poderosas pedem justiça ao absurdo e a brutalidade do momento sórdido, agravante, pois em décadas passadas e Atuais as autoridades políticas deixaram e deixam perde-se no tempo as raízes culturais, onde destaco o belo casarão antigo tombado em Patrimônio Histórico, mas deixando de ser o nosso" CINE SíO JOSÉ", hoje abrigo de artefatos. Quão riqueza e projeto cultural poderiam atuar em um belo Cine e Teatro Municipal.

Os jovens têm sede de Artes e de Cultura, Vão-se as Artes, Cultura e as Raízes do povo adormecido em seus ínfimos valores ascendentes doutrinados na ética, mas comodistas.
Perderemos os hábitos artísticos que conserva a historia da cidade. Passamos verões praianos e decidimos dentro da vida e do poema que a cicatriz não iria abrir e doer, nunca mais... Mentira! Marcada a ferro e fogo se rompe, porem como a cor, é pessoal e intransferível.

Porém me é, toda a paisagem feita de recomeço e sonhos, há instantes de graça e iluminação,quando a poesia salta de si mesma,a palavra vem á flor da pele:
Resta uma linda tarde de maio...
Em que o dia de excitação para ti,
Eu quase desmaio é maio!
E não te desamuo,
E não te desmancho,
Ouço entre as montanhas o som do mar...
O sol nas flores da Praça Pedro Vieira
O perfume e o barulho das crianças comendo pipocas...
- Será que eu poderia te propor um renascer na historia?

"Poema á São José do Calçado"

Com São José no sangue,
Com São José no coração,
No frio, na chuva.
Nas montanhas, nas flores...

Ah! Na paixão
Ou no cobertor de orelhas.
Com São José no pulso, a pulsar eternamente...
E ternamente,
Com São José no peito
Ouvindo o sino da matriz
Badalando... Badalando,
Ouvindo no setembro
Os sons dos velhos carros de bois,
Do senhor José Benedito
Ouvindo no maio
As aves Maria das procissões...

Com são José nas lembranças...
Contemplando "Montanha Clube" dos velhos carnavais, dos badalados bailes dos anos 70 e, que ainda parece-nos tão presente, ouvimos pelas noites vazias a felicidade estonteante das moças e rapazes, naturalidade de coisas que, de tão boas são perpetuadas em nossas mentes.

Vejo as chuvas de junho caindo mansas como preces,
Elas não apagam a memória das estórias...
"Do cine São Jose", hoje tão mais triste e vago
Aconchego de artefatos...
Mas tudo resiste ao tempo, como as raízes,
Oh! Meu São José
Das árvores centenárias
E o verde que sabe ir, vir e esperar em pose majestosa.
Renovando... Revivendo
A verde alma da cidade.

E a mocidade bonita há de ser mais forte e sobrevivente,
Porque possuem a solidariedade, a vivacidade e calor das montanhas...
Dos meus versos e, esta paixão que se tivesse poder de cura daria vitalidade aos antigos casarões e, a memória que se perde e, aos que fizeram a historia em plenitude de vida... Esses meus versos que se tivesse poder de cura daria vida a tantos que, prematuramente fizeram a passagem em pleno auge de vida, cheios de projetos valiosos a ser realizado aqui, na linda São José do Calçado.

Se os políticos possuíssem a Arte da Poesia, a Cultura do proteger os Patrimônios Históricos Tiraria a cidade das páginas policiais e a colocaria no caderno dois, onde Le: Artes e Cultura.
SíO JOSÉ DO CALÇADO está registrado no Guiness Book com a cidade com o maior número de escritores por metro quadrado. Nossos apelos, através da poesia, que retomem os prédios antigos, restauram e façam valorizar toda uma historia de um povo merecedor. Que as autoridades competentes estaduais e municipais preservem o ANTIGO CINE SíO JOSÉ e o faça novamente atuar como um teatro e um cinema para a linda juventude que carece de cultura.


Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Bárbara Pérez    |      Imprimir