Categoria Politica  Noticia Atualizada em 11-01-2011

Governo descarta necessidade de recorrer à ajuda internacional
José Sócrates e Teixeira dos Santos garantiram hoje que Portugal não vai precisar de recorrer à ajuda internacional. O ministro das Finanças foi mais longe e atacou a União Europeia por não estar a fazer o trabalho de casa.
Governo descarta necessidade de recorrer à ajuda internacional
Foto: /www.jornaldenegocios.pt

"Portugal está a fazer o seu trabalho no sentido de enfrentar e resolver os desequilíbrios económicos e financeiros que tem pela frente. Claramente, a Europa é que não está a fazer o seu trabalho para defender a estabilidade do Euro", afirmou Teixeira dos Santos em declarações à TSF antes da conferência conjunta com José Sócrates para apresentar a execução orçamental.

Nessa ocasião, o primeiro-ministro garantiu que Portugal não vai precisar de ajuda externa, "simplesmente porque não é necessário". Sócrates assegurou que Portugal "tem meios para resolver os seus problemas".

A mesma ideia foi ontem defendida por Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, ao afirmar que Portugal "tem capacidade para resolver os problemas por si só".

"Eu disse e repito, os portugueses resolvem os problemas e têm capacidade para resolver os problemas por si, até me demonstrarem o contrário", afirmou o governador do banco central.

No entanto, minutos após Carlos Costa ter feito esta afirmação, a administradora do Banco de Portugal, Teodora Cardoso, defendeu que Portugal precisa de ajuda a curto prazo.

"É mais fácil se tivermos um apoio externo, desde logo porque isso permite que o ajustamento não seja tão abrupto. Mas feito sozinho, para os mercados acreditarem nele, teria que ser brutal", referiu Teodora Cardoso.

Portugal está a fazer o trabalho de casa

No dia em que anunciaram que o défice orçamental de 2010 deve ficar "claramente abaixo" de 7,3%, Sócrates e Teixeira dos Santos reiteraram que Portugal "está a fazer o trabalho de casa".
"O país está a fazer o seu trabalho e bem. Este é o primeiro resultado que o País apresenta de estímulo à confiança", disse Sócrates, referindo-se ao valor do défice orçamental de 2010.

Já o ministro das Finanças garantiu que "Portugal está a fazer o seu trabalho no sentido de enfrentar e resolver os desequilíbrios económicos e financeiros que tem pela frente" e atacou a União Europeia por "claramente, não estar a fazer o seu trabalho para defender a estabilidade do Euro".

As declarações dos dois responsáveis surgem um dia antes de Portugal ir ao mercado financiar-se em até 1.250 milhões de euros, numa venda de Obrigações do Tesouro.

"Estamos confiantes de que correrá bem, com os mercados a acreditarem na capacidade do País de resolver os seus problemas", afirmou o primeiro-ministro. "Isto apesar da tendência geral de alargamento dos "spreads", a nível global".

Já Teixeira dos Santos garantiu que não está nervoso quanto a este leilão. "As condições do mercado agravaram-se [mas] temos tido procura mais que suficiente para colocar a nossa dívida. É certo que a uma taxa de juro elevada", disse o responsável pela pasta das Finanças, admitindo esperar que "as condições do mercado não se desviem muito".

Os juros da dívida pública estão hoje novamente em queda na maioria dos prazos. As "yields" das obrigações a 10 anos estão abaixo dos 7%.

Quanto às notícias de que Portugal está a preparar uma venda directa de dívida pública, Sócrates afirmou que "o que o País decidiu foi diversificar as suas fontes de financiamento, nada mais do que isso".

No entanto, descartou que a viagem aos Emirados Árabes Unidos representem uma tentativa de vender dívida pública a este país do Médio Oriente.


Fonte: /www.jornaldenegocios.pt
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir