Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 14-01-2011

Vai a 529 o nº de mortos pela chuva na região serrana do Rio
Entre as vítimas de Nova Friburgo estão três bombeiros
Vai a 529 o nº de mortos pela chuva na região serrana do Rio
Foto: noticias.terra.com.br

O número de mortos em decorrência das fortes chuvas que atingiram a Região Serrana do Rio chegou a 529 nesta sexta-feira. De acordo com informações da Defesa Civil, 223 óbitos foram registrados em Teresópolis, 246 em Nova Friburgo, 41 em Petrópolis e outros 19 no município de Sumidouro.

Informações da Polícia Civil dão conta de que 470 corpos já foram identificados pelo Instituto Médico Legal (IML). As enchentes na região serrana do Rio de Janeiro já são o quarto maior desastre relacionado a chuvas nos últimos 12 meses no mundo, segundo um levantamento feito pelo Centro de Pesquisas de Epidemiologia dos Desastres (Cred). O Cred, localizado em Bruxelas, na Bélgica, vem compilando dados sobre desastres em todo o mundo há mais de 30 anos.

De acordo com os dados da organização, as enchentes no Paquistão ocorridas entre julho e agosto do ano passado, que deixaram 1.985 mortos, foram as que haviam provocado o maior número de vítimas fatais nos últimos 12 meses no planeta.

O segundo maior número de mortes em desastres do tipo no último ano foi registrado em Zhouqu, na província chinesa de Gansu, com um deslizamento de terra provocado pelas chuvas que deixou 1.765 pessoas mortas em agosto. Também na China, em Fujian, na província de Sichuan, chuvas torrenciais entre maio e agosto deixaram 1.691 pessoas mortas em consequência das cheias e dos deslizamentos de terra.

Na quinta-feira, o número de mortos na tragédia fluminense ultrapassou o saldo de vítimas das enchentes e dos deslizamentos em Nametsi, Uganda, onde 399 pessoas morreram entre fevereiro e março de 2010. Os deslizamentos na região serrana do Rio são, ainda, os mais fatais no Brasil desde 2000 - as enchentes de abril do ano passado no Rio deixaram 256 mortos, as inundações de 2003 no Nordeste e no Sudeste mataram 161, e as enchentes de 2008 em Santa Catarina deixaram 151 mortos.

A cheia mais mortífera de que se tem notícia, segundo os registros do Cred, ocorreu na região central da China, em 1931, quando 3,7 milhões de pessoas teriam morrido, segundo as estimativas. Na última década, as enchentes de maio de 2004 no Haiti, com 2.600 mortos, foram as que deixaram o maior número de mortos.

Reforço
Após o anúncio de que 300 homens da Força Nacional de Segurança seriam enviados à região serrana, nesta sexta-feira, 250 garis da Comlurb irão para Nova Friburgo para iniciar o trabalho de limpeza da cidade. Os trabalhadores usarão roupas especiais para atuarem na lama e contarão com pás mecânicas e carros-pipa.

Mesmo com todos os esforços, ainda é muito difícil o acesso de bombeiros a alguns pontos das áreas afetadas. Desde quinta-feira, helicópteros levam militares para que o resgate das vítimas seja feito. No Vale do Cuiabá, região devastada por uma enxurrada, ainda há moradores isolados.

Prejuízo para a rede hoteleira
Segundo a Defesa Civil, todas as estradas que cortam o Rio devem ser liberadas para o tráfego de veículos ainda nesta sexta-feira. As autoridades pedem cautela, já que as vias não estão em condições ideais.

Além de mortes e destruição, as chuvas provocaram muitos prejuízos na região serrana. De acordo com o prefeito de Teresópolis, Mario Jorge, serão necessários R$ 590 milhões para reconstruir a cidade. Estima-se que hotéis e pousadas de Nova Friburgo e Petrópolis devam sofrer perdas de R$ 32 milhões nos próximos 30 dias. Aproximadamente metade das reservas para o Canaval já foram canceladas.

Começam os sepultamentos
Na quinta-feira, mais de 30 vítimas da tragédia foram sepultadas em Teresópolis. O elevado número de mortos e a pequena quantidade de capelas fizeram com que a prefeitura orientasse familiares das vítimas a não fazerem velórios. Os enterros continuaram até as 22h. Vítimas de Nova Friburgo estão sendo sepultadas a cada cinco minutos.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir