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SOBRE DEUS E TSUNAMIS
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Vem � tona o problema das imagens de Deus que temos. Quando acontecem cat�strofes como esta do terremoto e tsunami no Jap�o, entramos comumente numa certa crise de f�. Ser� que existe mesmo um Deus? E, se existir, Deus � mesmo providente e misericordioso como ouvimos dizer? Por que ele n�o interv�m para impedir esses fen�menos? Assim como em �poca de copa do mundo todos se tornam especialistas em futebol e se acham plenamente em condi��es de discutir tudo no campeonato, diante de trag�dias naturais, de certa forma, todos viramos te�logos, mesmo que de araque. Isso porque fazer essas perguntas � fazer teologia, isto �, elaborar ideias sobre Deus, organizar o pensamento que se tem acerca dele. Vem � tona o problema das imagens de Deus que temos. Nosso intelecto formula os conceitos a respeito de um objeto por meio de sua observa��o, da experi�ncia que faz com ele e do estudo te�rico. O problema da teologia de botequim � que ela procura o objeto � Deus � no lugar errado, n�o se disp�e a fazer uma verdadeira experi�ncia com ele e nem pode estudar suficientemente esse objeto (afinal, a b�blia n�o � um livro cient�fico). Falo do ponto de vista crist�o: no tsunami do Jap�o, olhar para cima para procurar Deus � um desprop�sito. Jesus afirmou, na alegoria de Mateus 25,31-46, que o Deus Encarnado est� presente nas v�timas e n�o nos provocadores dos sofrimentos. Diante de um faminto, eu n�o devo olhar para o c�u e perguntar: "Senhor, por que permites isso?"; mas devo procurar Deus na dor daquela pessoa, a quem devo imediatamente servir. "Estive com fome e v�s me destes de comer..." (cf. v. 35), afirmar� Jesus no ju�zo final. Parafraseando o Cristo, no tsunami somos convencidos a procurar Deus n�o na imensid�o do c�u que a tudo assistiu de bra�os cruzados, nem nas profundezas da terra que tremeu, nem na pot�ncia do mar em f�ria com suas ondas gigantes. Devemos procurar Deus nas pessoas que est�o sofrendo e precisando de ajuda humanit�ria. E onde vai parar a onipot�ncia de Deus? Tamb�m confundimos isso a�. Nunca foi revelado que a natureza � todo-poderosa, que o homem � todo-poderoso ou que a onipot�ncia divina est� a nosso servi�o. � o contr�rio: n�s � que devemos estar a servi�o da onipot�ncia de Deus. Ser onipotente n�o significa fazer todas as coisas. Significa ter poder para faz�-las. Nem tudo o que Deus tem poder de fazer ser� feito. Isso � um grande mist�rio que Ele est� deixando para revelar somente no fim. Mas a B�blia nunca disse que terremotos e tsunamis iriam deixar de acontecer com os filhos de Deus. N�o existe essa garantia para n�s. Al�m do mais, nossa perplexidade � relativa. Todos os dias morrem milhares e milhares de pessoas em todo o mundo, pelos mais variados motivos. Na sexta-feira dia 11 de mar�o de 2011 aconteceram algumas a mais, comparando com o todo di�rio. O triste � que foram mais intensas num s� lugar. Mas � o ciclo da vida no planeta. Assim como um corpo humano �s vezes adoece, a terra tamb�m fica doente. Mas isso passa e tudo aos poucos se ajeita. E que n�o venham com o discurso fundamentalista de que esses s�o sinais do fim do mundo. Sempre houve terremotos arrasadores, sempre houve tsunamis. Quem sabe foi isso que No� viu e chamou de dil�vio? O que importa � que Deus sempre estar� ali, na esperan�a daquele ramo de oliveira que a pomba trouxe, na beleza do arco-�ris simbolizando que � preciso recome�ar. Fonte: Reda��o Maratimba.com
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| Por: Juliano Ribeiro Almeida | Imprimir |
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