Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-05-2011

Família anuncia protesto no enterro de ambientalistas
Casal foi assassinado a tiros na terça-feira em Nova Ipixuna (PA). Irmã diz que eles tinham inimigos devido à atuação na causa ambiental.
Família anuncia protesto no enterro de ambientalistas
Foto: g1.globo.com

O casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, assassinado a tiros na terça-feira (24) em uma estrada na zona rural de Nova Ipixuna (PA), está sendo velado na manhã desta quarta-feira (25) na casa da família de José Cláudio no bairro São Félix, em Marabá.

A informação é da irmã do ambientalista, Claudelice Silva dos Santos.

"Resolvemos enterrá-los somente amanhã (quinta-feira, 26), para fazermos junto uma grande mobilização, uma passeata em protesto contra as mortes e pela causa ambiental", disse ao G1 Claudelice. O enterro será realizado no cemitério de Marabá, diz ela.

"Temos certeza de que eles foram mortos por causa da atuação na área ambiental. A polícia já nos pediu informações e estamos repassando dados, nomes de quem já teria feito ameaças. Não posso falar mais para não atrapalhar a investigação", afirmou Claudelice.

A irmã diz que o casal tinha inimigos e que já havia registrado queixas na delegacia de polícia da cidade sobre invasões a sua residência.

A família do casal teme represálias a outras pessoas que atuam na área no Pará. Na terça-feira, o delegado Marcos Augusto Cruz afirmou que eles foram vítimas de uma "tocaia".

"Eles foram mortos a tiros na estrada que dá acesso ao assentamento onde residiam. As vítimas seguiam em uma motocicleta e, em determinado ponto, quando tiveram de reduzir a velocidade para passar em uma ponte, foram interceptados e atingidos pelos atiradores. Os autores do crime já estavam de tocaia. Eles esperavam as vítimas ali para cometer o homicídio", afirmou o delegado.

"Eram pessoas que estavam inseridas em um contexto de lutas sociais. Eles eram ambientalistas, viviam em um assentamento e têm uma história de conflitos de interesses com madeireiros e fazendeiros da região", disse.


Repercussão

A presidente Dilma Rousseff determinou que a Polícia Federal investigue o assassinato. Segundo o Planalto, Dilma ficou sabendo do assassinato pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que tomasse providências necessárias junto à Polícia Federal.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir