Na roça,
a gente caça,
a gente come,
a gente dorme,
a gente sonha.
Na roça,
a gente caça,
a gente come,
a gente dorme,
a gente sonha.
Na roça a gente vive...
A gente ouve galinhas e galos cantarem
de manhã e de madrugada.
Na roça tem cheiro de mato,
de vaca e leite na caneca,
café no bule, fogão a lenha
fumaça e picumã.
É onde tem água corrente
dá pra dormir ouvindo o barulhinho dela na bica
da rede em uma varanda
dá imaginar as carpas coloridas e seus movimentos suaves,
um verdadeiro balé.
Tem cheiro de poeira fazendo coreografias no ar
e de esterco, estrada de chão batido
mata-burros e porteiras,
barulho de grilo
som do vento nas árvores.
Na roça a gente é gente,
por aqui,
a gente morre a toa,
às vezes numa bala disparada
por um gatilho sem o alvo mirado
Somos engolidos pela modernidade
e o pior,
a gente enlouquece por quase nada!
(Para Christina Rangel)
Fonte: Redação Maratimba.com
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