Categoria Politica  Noticia Atualizada em 05-06-2011

Peruanos vão às urnas na eleição mais disputada da história
Keiko Fujimori no comício de encerramento de sua campanha, na quinta (2)
Peruanos vão às urnas na eleição mais disputada da história
Foto: Enrique Castro-Mendivil / Reuters

O nacionalista Ollanta Humala e a conservadora Keiko Fujimori seguem disputando voto a voto e chegam ao segundo turno da eleição mais acirrada da história do Peru neste domingo (5).

Próximo ao dia decisivo, em que cada voto pode fazer a diferença já que a população tende a decidir na última hora em quem votar, institutos de pesquisas correram para as ruas a fim de medir as últimas tendências e apontaram um empate técnico.

As últimas sondagens realizadas na sexta-feira mostravam Humala com 3,6 pontos porcentuais à frente de Keiko Fujimori. Em pesquisa divulgada pela Universidade Católica, o nacionalista tinha 51,8% das intenções de voto, frente a 48,2% da candidata. Feita em 2 de junho com 1.800 eleitores, a pesquisa tem uma margem de erro de 2,31 pontos percentuais.

Já a simulação de votação da empresa Datum -realizada de 31 de março a 1 de junho com 4.820 pessoas- mostrou Fujimori com 50,6%, enquanto Humala ficou com 49,4%. O trabalho da Datum teve margem de erro de 1,4 ponto porcentual.

A disputa que deve ser definida nos últimos instantes entre a filha de um ex-presidente preso, que tem apoio dos investidores, e um militar aposentado de esquerda, geram incertezas nos mercados de uma das economias que mais cresce no mundo (cresceu quase 9% no ano passado, mas ainda possui 34% de pobres).

O candidato nacionalista tinha perdido a dianteira nas pesquisas de intenção de votos há cerca de um mês, depois de conquistar a maior votação no primeiro turno, no dia 10 de abril, ainda que a vantagem perante a sua adversária tenha sido apertada.

Confiança
Keiko Fujimori é a preferida dos investidores, que acreditam que ela vai manter as políticas de abertura econômica do país rico em recursos naturais. Ainda que pese o fato de a deputada de 36 anos ser filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que foi condenado por crimes contra a humanidade e corrupção e fechou o Congresso em 1992.

Humala, que perdeu a eleição presidencial de 2006, desperta temores apesar de ter moderado o seu discurso radical e ter se distanciado do presidente venezuelano, Hugo Chávez, líder da esquerda na América Latina. O militar aposentado de 48 anos pediu a confiança dos operadores financeiros caso ele vença.

"Precisam ter confiança, nós temos uma equipe de técnicos com experiência de governo e vamos nos comprometer a manter o crescimento econômico, a estabilidade macroeconômica e uma gestão prudente do caixa", disse em um encontro com jornalistas estrangeiros.

Já Keiko apostou no voto feminino e tentou se desvencilhar do legado do pai na reta final da disputa. "Por erros de terceiros, tive de carregar uma cruz muito grande. Sou mãe e não permitirei que minhas filhas passem pelo que passei", disse na mensagem final do último debate.

A campanha foi encerrada na quinta-feira, com ataques e promessas renovadas para convencer 14% de indecisos, que vão finalmente determinar quem governará nos próximos cinco anos este país de 29 milhões de habitantes, dos quais quase 20 milhões estão habilitados a votar.

Alianças
Seja qual for o resultado da eleição presidencial peruana, o eleito terá que formar alianças no Congresso, onde a forte polarização política impede a existência de uma maioria absoluta por qualquer uma das partes.

O novo presidente, que assumirá o poder no dia 28 de julho -dia nacional do Peru - encontrará um Congresso fragmentado e nem Humala nem Keiko têm condições de obter os 66 assentos necessários para contar com uma maioria absoluta.

"Somos uma força política responsável e isso nos obriga a discutir propostas com todos os membros do Congresso", disse na sexta-feira Humala.

O esquerdista disse ainda que poderia atingir a maioria no Congresso caso receba o apoio do partido Perú Posible, com o qual somaria 68 votos e obteria o controle do Parlamento, onde enfrentará uma oposição hostil de setores conservadores, que o vinculam a Chávez.

A candidata da Fuerza 2011, Keiko Fujimori, precisaria de uma aliança ainda mais ampla para alcançar os 66 votos, buscando votos inclusive em bancadas opostas como Gana Perú e Perú Possible.

Peruanos vão às urnas na eleição mais disputada da história do país
Nacionalista Ollanta Humala e direitista Keiko Fujimori disputam 2º turno.
Últimas pesquisas mostraram empate técnico e 14% de eleitores indecisos

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir