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Portugal: presidente pede que Passos Coelho forme governo

Pedro Passos Coelho (e) conversa com Anibal Cavaco Silva
Portugal: presidente pede que Passos Coelho forme governo

(AFP, Francisco Leong)

Anne Le Coz

LISBOA � O presidente de Portugal, Anibal Cavaco Silva, pediu nesta segunda-feira a Pedro Passos Coelho, do Partido Social-Democrata (PSD), vencedor das elei��es legislativas de domingo, que empreenda gest�es "imediatas" para a forma��o de um governo "de maioria", sem esperar a sua nomea��o.

A decis�o do chefe de Estado, que decidiu acelerar o processo normal previsto pela Constitui��o, dever� permitir ao pr�ximo governo iniciar suas fun��es antes do previsto para, dessa forma, colocar em andamento o plano de ajuda conclu�do com a Uni�o Europeia e o Fundo Monet�rio Internacional (FMI).

"Antecedendo � nomea��o do primeiro-ministro, estas gest�es devem ser realizadas rapidamente e seus resultados devem ser comunicados ao presidente da Rep�blica antes da publica��o dos resultados oficiais da elei��o", prevista para 15 de junho, segundo um comunicado da presid�ncia.

O Partido Social-Democrata (PSD), que j� tem 105 cadeiras no Parlamento e pode esperar mais tr�s, tinha anunciado que formaria um governo de coaliz�o com a direita do CDS-PP, que tem 24 deputados, o que daria ao conjunto da direita um total de ao menos 129 das 230 cadeiras.

Com essa confort�vel maioria absoluta, Passos Coelho tinha prometido no domingo � noite realizar o quanto antes as reformas exigidas pelo plano de ajuda internacional de 78 bilh�es de euros em tr�s anos.

Pela primeira vez, desde o advento da democracia em 1974, a direita portuguesa concentra todo o poder com um presidente, um governo e uma maioria parlamentar nas m�os do PSD.

Em sua primeira declara��o ap�s a vit�ria, Passos Coelho lan�ou uma mensagem tranquilizadora aos credores de Portugual, que acaba de negociar um empr�stimo de 78 bilh�es de euros com a UE e o FMI em troca de um exigente programa de austeridade de tr�s anos.

"Farei de tudo com o objetivo de garantir que Portugal n�o seja um peso para os pa�ses que nos emprestaram o que necessit�vamos para assumir nossas responsabilidades e nossos compromissos", declarou Passos Coelho.

Fiel � sua cren�a de "transpar�ncia" e de "dizer a verdade", o l�der social-democrata previu "anos muito dif�ceis" aos portugueses, aos quais anunciou novos sacrif�cios "por conta das circunst�ncias".

Na segunda-feira, a imprensa portuguesa preocupava-se com os prazos para o novo governo para lan�ar o programa de rigor e reformas, afirmando que a primeira "inspe��o" da "Troika" - representantes da UE, do FMI e do Banco Central Europeu (BCE) - est� prevista para o fim de julho.

O pr�ximo governo ter� que decidir novas medidas de austeridade para compensar a diminui��o "substancial" dos encargos patronais destinados a aumentar a competitividade das empresas.

Al�m disso, ter� de encontrar um comprador para o banco BPN e acabar com as chamadas "golden shares" ("a��es especiais") e direitos especiais do Estado nas empresas que cotam em bolsa.

O futuro governo ter� de preparar tamb�m novas medidas de austeridade para 2012 e iniciar reformas estruturais para dinamizar a economia, cujo PIB deve diminuir, segundo as previs�es, em torno de 2%" em 2011 e 2012.

Sobretudo, o novo governo ter� que acelerar o ritmo das privatiza��es, come�ando pela companhia a�rea TAP, cujos trabalhadores amea�am com uma greve de 15 dias.

Nos mercados financeiros, a vit�ria de Passos Coelho foi recebida muito favoravelmente na segunda-feira de manh�.

Os portugueses, no entanto, n�o dividem o entusiasmo do mercado financeiro, como prova o recorde de 41% de absten��o, a mais alta desde o in�cio do ciclo democr�tico, em 1974.

Portugal: presidente pede que Passos Coelho forme governo
Pedro Passos Coelho (e) conversa com Anibal Cavaco Silva

Fonte: AFP

Por: Alexandre Costa Pereira | Imprimir