Categoria Policia  Noticia Atualizada em 09-06-2011

Força Nacional vai ficar 3 meses onde extrativistas foram mortos no PA
Homens da Força Nacional desembarcam no Aeroporto de Marabá, no Pará
Força Nacional vai ficar 3 meses onde extrativistas foram mortos no PA
Foto: Reprodução/ TV Marabá

A Força Nacional, que desembarcou em Marabá (PA), nesta quarta-feira (8), vai ficar na região por 90 dias durante as ações que farão parte da "Operação Defesa da Vida", que tem como objetivo o combate a crimes relacionados a disputas por terra e desmatamento ilegal. Segundo o DIário Oficial da União (DOU), o prazo da ação começa a valer nesta quinta-feira (9) e poderá ser prorrogado em caso de necessidade.

A ação foi montada após a execução do casal de extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, em uma emboscada, na saída do assentamento em Nova Ipixuna (PA).

De acordo com o José Eduardo Cardozo, Ministro da Justiça, o envio da tropa atende ao pedido do governador do Pará para cooperar com a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio público federal, evitando a violência no campo, em apoio às polícias Civil e Militar. O envio de tropas federais também será feito para coibir a violência agrária em Rondônia e Amazonas.

A primeira etapa da operação é o policiamento propriamente dito, envolvendo a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional e as Forças Armadas.

O ministro da Justiça afirmou ainda que outro objetivo da operação lançada pelo governo federal no Norte do país é garantir que os crimes não fiquem impunes. Cardozo, os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, além de representantes do Ministério Público e do Conselho Nacional de Justiça farão visitas ao Pará, Rondônia e Amazonas para verificar a investigação dos assassinatos cometidos nos três estados.

Cardozo admitiu que será impossível garantir escolta policial a todos os trabalhadores rurais e ambientalistas que sofrem ameaças de morte. No entanto, ele afirmou que o governo estudará os casos mais críticos para oferecer programas, como de proteção de testemunhas.

Abandono do assentamento
A chegada de reforço federal para garantir a segurança de assentados no Pará não alterou a decisão de trabalhadores rurais ameaçados de morte. Eles optaram por abandonar plantações e fugir da região. Além dos extrativistas relacionados na lista da Comissão Pastoral da Terra (CPT), também deixaram o assentamento os parentes do casal José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, mortos em uma emboscada na saída do assentamento em Nova Ipixuna (PA).

A assessoria do Ministério da Justiça informou que vai reforçar a segurança no Pará, Rondônia e Amazonas, nas regiões onde ocorreram crimes na última semana e onde há conflitos pela terra. A ação, segundo a assessoria, será baseada no apoio às ações das polícias locais. Sobre a quantidade de homens que participarão, o ministério informou que ainda não tem o número e que não vai divulgá-lo por questões de segurança. A duração do reforço na segurança também não está definida. A assessoria informou que "ela atuará enquanto necessária".

Até então sem proteção direta de forças de segurança, os grupos buscavam com improviso maneiras de evitar o crescimento da lista de 42 líderes assassinados em dez anos na região, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Na semana passada, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, destacou que o governo avalia as situações mais graves de ameaça, mas não tem condição de dar segurança para todos.

Segundo a CPT, há 70 mil famílias assentadas ou cadastradas em 39 municípios que compõem o Sul e Sudeste do Pará. A pastoral divulgou, na semana passada, uma lista com o nome de 30 trabalhadores rurais na região de Marabá que estão recebendo ameaças ou que já sofreram algum tipo de atentado no período de 2000 a 2010. De acordo com a organização, foi apresentado ao governo federal uma lista com 1.855 nomes de trabalhadores que sofreram algum tipo de ameaça no período. Destes, 207 receberam mais de uma ameaça.

Força Nacional vai ficar 3 meses onde extrativistas foram mortos no PA
Prazo da operação pode ser prorrogado em caso de necessidade.
Ação foi montada após morte de casal de extrativistas em Nova Ipixuna.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir