Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 21-06-2011

Supervisor de vendas morto em blitz é enterrado
"O que aconteceu foi uma tragédia ocasionada pelo despreparo da Polícia Militar", critica tio da vítima
Supervisor de vendas morto em blitz é enterrado
Foto: odia.terra.com.br

Rio - Vítima de um sequestro relâmpago em Niterói, o supervisor de vendas Aloysio Mattos Martins Júnior, 45 anos, que foi morto por tiros nesta segunda-feira, foi enterrado na manhã desta nesta terça-feira, no Cemitério do Maruí, em Niterói. Aloysio foi morto em Benfica durante troca de tiros entre policiais do 22º BPM (Maré) e bandidos que o mantinham refém no banco traseiro de seu veículo, um Honda Fit.

Atingido por um tiro na cabeça — que pode ter partido da arma de um policial —, a vítima chegou a ser levada para o Hospital de Bonsucesso, mas não resistiu. Ruan Ferreira de Oliveira, 19, que também foi baleado, acabou preso no hospital. Os dois comparsas dele fugiram.

Dezenas de amigos e familiares foram se despedir do supervisor de vendas. Bastante revoltados, alguns criticaram a atuação da polícia no caso. "É uma sensação horrível. O que aconteceu foi uma tragédia ocasionada pelo despreparo da Polícia Militar. O culpado é o Estado", disse Amaury Mattos Martins, 74 anos, tio da vítima.

"O tiro não pode ter saído da arma dos bandidos. Ele foi baleado pelas costas e na nuca. O carro dele tinha pelo menos 15 perfurações. Não acredito em legítima defesa", desabafou o tio.

Segundo amigos, Aloysio foi rendido quando chegava em casa por volta das 22h, no Cubango, em Niterói. "Ele comemorou seu aniversário e depois foi socorrer um amigo que se machucou. Na volta para casa, algumas pessoas ouviram os gritos de ‘perdeu, perdeu’ e viram o portão aberto", contou Leonardo Serejo.

Os bandidos — identificados apenas como Gordinho e Bruninho — seguiram com a vítima para Benfica, onde encontraram Ruan. Em depoimento, ele disse que os comparsas contaram que sairiam para fazer "novos ganhos". Em seguida, furaram blitz da PM que fazia um cerco para evitar fuga de bandidos da Mangueira, ocupada horas antes.

PM admite ter atirado cinco vezes com fuzil

Em depoimento, os PMs disseram que atiraram contra o carro para revidar os disparos que um dos bandidos fez de dentro do Honda Fit, por uma das janelas traseiras, e que chegou a atingir o parachoque da viatura. Um dos PMs admitiu ter feito cinco disparos com o fuzil.

Na troca de tiros, o carro da vítima foi perfurado pelo menos 10 vezes. Aloysio recebeu pelo menos uma bala na cabeça. À polícia, Ruan disse que quem estava com a pistola 9 milímetros era Gordinho, que teria feito os disparos e mandado que todos no carro se abaixassem.

Ladrão preso havia saído da cadeia há 15 dias

Os bandidos abandonaram o carro no Largo de Benfica, com a vítima dentro e as portas abertas. Os PMs disseram ter encontrado a arma debaixo da perna de Aloysio. Uma garrafa de bebida alcoólica também estava no veículo.

Ruan foi encontrado pelos PMs no Hospital de Bonsucesso, com ferimentos no braço direito e barriga. Ele estava em liberdade condicional há 15 dias por roubo. O irmão gêmeo do jovem também está preso por roubo.

O comandante do 22º BPM, tenente-coronel Gláucio Moreira, disse que foi aberto processo administrativo para investigar o caso. Segundo ele, por mais que seja confirmada a morte em decorrência de um disparo policial, os PMs agiram em legítima defesa. "A guarnição só efetuou os disparos após ser atacada", afirmou o oficial.

Colaborou: Felipe Freire

Fonte: odia.terra.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir