Categoria Economia  Noticia Atualizada em 24-06-2011

Grécia concluiu conversas com UE e FMI sobre plano
Manifestantes protestam contra medidas de austeridade econômica e corrupção na praça Syntagma, em frente ao prédio do Parlamento, em Atenas, nesta quinta-feira (23)
Grécia concluiu conversas com UE e FMI sobre plano
Foto: John Kolesidis/Reuters

A Grécia concluiu as conversas com a União Europeia (UE) e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre seu plano de austeridade para cinco anos e levará a legislação ao Parlamento na próxima semana, disse nesta quinta-feira (23) à agência Reuters o porta-voz do governo, Elias Mossialos.

"Acabei de conversar com o ministro das Finanças, que disse que as discussões entre o governo e a troica [como vêm sendo chamadas as equipes do FMI e da UE] foram concluídas e vamos levar ao parlamento na próxima semana as metas de médio-prazo e as leis de primeira implementação", disse Mossialos à Reuters no encontro da UE em Bruxelas.

O plano
O governo do primeiro-ministro George Papandreou precisa rapidamente aprovar o plano de austeridade e as leis necessárias para sua implementação a fim de obter um novo pacote de resgate para evitar que o Estado se torne o primeiro da zona do euro a declarar default (calote) e cause um desastre econômico global.

O pacote, que inclui corte de gastos no valor de 28 bilhões de dólares (US$ 40 bilhões), é tido como impopular porque prevê aumento de impostos, ajustes e privatizações, quesitos imprescindíveis para o recebimento de mais ajuda internacional no valor de de 12 bilhões de euros.

O ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, anunciou que o governo socialista da Grécia reduziria o teto para a contribuição de imposto de renda para 8.000 euros por ano, aumentaria os impostos sobre o combustível para aquecimento e imporia uma taxa única de "solidariedade" sobre a renda, entre 1% e 5%.

Negociações
Os chefes de governo da União Europeia iniciaram nesta quinta-feira (23) negociações cruciais de 24 horas sobre a Grécia, com os Estados-membros prometendo não abandonar o país, mas pedindo implementação rigorosa de medidas de austeridade e unidade maior entre os políticos gregos.

Após meses de perspectiva de que a cúpula desta semana seria um momento de definição sobre a resposta da Europa à crise da dívida, as divisões sobre os detalhes do segundo socorro financeiro à Grécia e atrasos na conclusão do pacote de reformas econômicas da nação significam que ainda haverá muito trabalho a ser feito nas próximas semanas.

Os líderes europeus ofereceram mais ajuda à Grécia, mas com a condição de que as medidas de austeridade do governo fossem aprovadas no Parlamento no voto previsto para o dia 30 de junho, uma demanda que eles reiteraram nesta quinta.

Sem essa assistência, a Grécia não deverá conseguir pagar suas obrigações nas próximas semanas. "Hoje vamos pedir aos líderes e cidadãos da Grécia que estejam à altura das circunstâncias e do que precisa ser feito", disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte. "Vai ser difícil e doloroso, mas é a única maneira de sair desta crise. Uma nação indivisível, focada e totalmente comprometida não será abandonada."

Antes de a cúpula ser formalmente iniciada, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, Papandreou, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, se reuniram para conversas.

Oposição
Em declarações na rarde desta quinta, contudo, após uma reunião de partidos de centro-direita europeus, o líder da oposição grega Antonis Samaras disse que "o atual conjunto de políticas implementadas pelo governo socialista pede mais impostos numa uma economia que está sob uma pressão sem precedentes."

"Nós precisamos de medidas corretivas para garantir que a economia grega se recupere e pague sua dívida", declarou Samaras.

Os ministros das Finanças da zona do euro se reunirão outra vez no dia 3 de julho para fechar um acordo sobre mais detalhes do segundo pacote de socorro para a Grécia, o que incluirá a participação de credores privados do país. Eles prometeram concluir o acordo no dia 11 de julho. (com informações da Dow Jones).

*Com informações da Reuters e da Agência Estado

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"Legislação irá ao Parlamento na próxima semana", diz porta-voz Mossialos.
Governo busca aprovação de pacote de austeridade de 28 bi de euros.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir