Categoria Politica  Noticia Atualizada em 28-06-2011

Presidenciais em França: Martine Aubry avança
Depois do escândalo que afastou Dominique Strauss-Kahn da corrida às presidenciais francesas, a chefe do PS francês, Martine Aubry, candidata-se às primárias socialistas onde todos os eleitores podem votar.
Presidenciais em França: Martine Aubry avança
Foto: aeiou.expresso.pt

Uma mulher serena, de mão de ferro, pouco afetuosa mas com imagem de grande seriedade na política. Martine Aubry, filha do ex-presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, anunciou hoje a sua candidatura às primárias do PS francês (PSF) no seu bastião de Lille, no norte de França, a cuja Câmara preside.

"Quero voltar a dar à França a sua força, a sua serenidade, a sua unidade", disse na sua declaração solene, ao fim desta manhã, a líder do PSF. Na apresentação da sua candidatura, Martine Aubry atacou o alegado nervosismo que, segundo ela, caracteriza o atual Presidente, Nicolas Sarkozy.
Contra Hollande e Ségolène

Sustentada pelos principais apoiantes do ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn (DSK), que foi afastado da corrida às presidenciais devido a um escândalo sexual em Nova Iorque, Martine Aubry tem a reputação de ser mais à esquerda do que Dominique Strauss-Kahn, que era apontado como um provável vencedor na disputa final com Nicolas Sarkozy.

A líder do PS francês situa-se igualmente mais à esquerda do que os seus dois principais rivais na corrida à candidatura socialista - François Hollande, a quem sucedeu à frente do partido, e Ségolène Royal, ex-candidata socialista às presidenciais de 2007.

Esta última, que surge em 3.º lugar nas sondagens sobre as intenções de voto para as primárias, tem a particularidade de ser a ex-concubina de François Hollande, que é o pai dos seus quatro filhos. Este é, até agora, o favorito das sondagens, nas quais Martine Aubry surge em 2.º lugar.
Socialistas à frente de Sarkozy

Em termos globais, as sondagens indicam que tanto Martine Aubry como François Hollande baterão com facilidade o atual Presidente, Nicolas Sarcozy, nas eleições presidenciais marcadas para maio de 2012.

Ambos os socialistas têm cerca de 10 pontos de avanço sobre Nicolas Sarkozy nas intenções de voto para a primeira volta, na qual o provável candidato da direita surge praticamente com as mesmas percentagens de Marine Le Pen, chefe da extrema-direita francesa.

Tentando reduzir o impacto das notícias sobre a política francesa, muito focalizadas nas candidaturas no campo socialista, o Presidente Sarkozy multiplicou nos últimos dias as suas deslocações e declarações em França.
Mãe das 35 horas de trabalho semanais

Apesar das más sondagens, os sarkozystas dizem-se confiantes: consideram que Martine Aubry será mais fácil de bater do que François Hollande, pela imagem "demasiado marcada à esquerda" e por ter sido a autora da lei sobre as 35 horas de trabalho semanal em França, que Nicolas Sarkozy considera como a principal responsável pelas dificuldades económicas da França.

Porém, o que parece paradoxal na agitada cena política francesa do momento é que tanto a direita como a esquerda receiam as primárias socialistas.

A direita porque, apesar das divisões e de diversas candidaturas, não optou por este tipo de procedimento partidário e dá uma imagem de algum défice democrático em relação aos socialistas; a esquerda porque receia que o PSF reedite as terríveis guerras de chefes que, no passado, lhes causaram graves dissabores em diversas eleições, designadamente nas últimas presidenciais.
O melhor ou... o pior

Às primárias socialistas candidatam-se mais dois socialistas: Arnaud Montebourg, antimundialista, e Manuel Vals, social-democrata, ambos mais novos que os três principais candidatos.

A esperança dos socialistas é que as eleições para designar o candidato ao Eliseu corram sem sobressaltos importantes. Sem guerra de chefes e com os franceses - todos os eleitores (e não apenas os militantes do PS francês) são convidados a votar - a deslocarem-se em grande número às urnas.

À partida para a campanha eleitoral socialista, é consensual dizer que a competição pode desembocar no melhor ou... no pior.

A candidatura de Martine Aubry conta ainda com o apoio do pai, Jacques Delors, cuja imagem de socialista moderado e competente continua intacta em França.



Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/presidenciais-em-franca-martine-aubry-avanca=f658229#ixzz1QaB5QeFO


Fonte: aeiou.expresso.pt
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir