Categoria Policia  Noticia Atualizada em 07-07-2011

Corpo do menino Juan deve ser enterrado na sexta-feira, no RJ
Alexandre Neves, pai do menino Juan
Corpo do menino Juan deve ser enterrado na sexta-feira, no RJ
Foto: Reprodu��o TV Globo

O corpo do menino Juan, de 11 anos, que estava desaparecido desde 20 de junho depois de uma opera��o policial na Favela Danon, em Nova Igua�u, na Baixada Fluminense, deve ser enterrado na pr�xima sexta-feira (8), num cemit�rio da Baixada. Parentes da crian�a estiveram no in�cio da noite de quarta-feira (6) no Instituto M�dico Legal (IML), na Zona Portu�ria do Rio, mas o corpo s� ser� liberado nesta quinta-feira (7). O nome do cemit�rio e o hor�rio do enterro ainda n�o foram definidos.

Em entrevista coletiva, a chefe de pol�cia Martha Rocha informou que o corpo de Juan foi encontrado na quinta-feira passada (30), no Rio Botas, em Belford Roxo, na Baixada. O local onde o corpo foi encontrado fica a cerca 18 km do local onde o menino foi visto pela �ltima vez. Inicialmente, a per�cia disse que o corpo encontrado � beira do rio era de uma menina. Depois foram feitos exames de DNA, que comprovaram que o corpo era de Juan.

Reconstitui��o
De acordo com o delegado da Divis�o de Homic�dios (DH) da Baixada Fluminense, Ricardo Barbosa, uma reconstitui��o est� marcada para sexta-feira (8) e contar� com a participa��o dos quatro policiais militares do 20� BPM (Mesquita) afastados na quarta-feira (6) pelo comandante-geral da PM, coronel M�rio S�rgio Duarte.

A pol�cia afirmou ainda que j� tem o resultado da per�cia das armas dos policiais que atuaram no confronto, assim como os dados do GPS das cinco viaturas que estiveram na comunidade Danon, mas n�o quis adiantar essas informa��es para n�o atrapalhar as investiga��es.

Pai fica chocado com a not�cia
Em entrevista ao G1, o pai do menino, Alexandre da Silva Neves, disse que ficou chocado ap�s receber da pol�cia a confirma��o da morte do menino. "Antes de enterrar, queria fazer a per�cia no Juan", completou, acrescentando que recebeu a not�cia no in�cio da tarde de quarta-feira (6), por telefone.

A m�e e o irm�o de Juan, Wesley, de 14 anos, que est�o no programa de prote��o � testemunha, v�m ao Rio para acompanhar o sepultamento da crian�a, ainda segundo Neves.

Dois exames de DNA
A confirma��o da morte veio atrav�s de dois exames de DNA e o material coletado para a identifica��o do corpo de Juan veio da tira da sand�lia usada pelo menino quando ele desapareceu, de acordo com o diretor de pol�cia t�cnica, S�rgio Henriques.

Ainda de acordo com Henriques, no estado de decomposi��o em que estava o corpo encontrado era dif�cil atestar o sexo da crian�a sem o teste de DNA.

Erro de perita
Segundo Martha Rocha, ser�o instaurados dois procedimentos: um para analisar o laudo e o parecer emitido pela perita, j� que o servi�o de antropologia forense do (Instituto) M�dico Legal e o exame de DNA mostraram resultados diferentes.

O outro procedimento, segundo a chefe de pol�cia, � para "avaliar as provid�ncias que foram adotadas ou que deveriam ter sido adotadas pela 56� DP (Comendador Soares), uma vez que no exame procedido no local onde se deu o confronto entre policiais militares e as pessoas por eles apontadas foi encontrado um chinelo. E esse chinelo, na coleta de material gen�tico tamb�m positivou como sendo do menino Juan", completou.

Delegado titular da 56� DP � afastado
Martha Rocha tamb�m afirmou que o delegado Claudio Nascimento de Souza n�o � mais o titular da 56� DP e que seu substituto ser� indicado nos pr�ximos dias. O desaparecimento do menino Juan come�ou a ser investigado pela 56� DP, mas depois o caso foi transferido para a Divis�o de Homic�dios da Baixada Fluminense.

Dois baleados no tiroteio
Juan, o irm�o dele, Wesley, de 14 anos, e o jovem Wanderson dos Santos de Assis, de 19, foram baleados durante a troca de tiros. Juan vinha da casa de um amigo com o irm�o quando ocorreu o confronto. A caminho de casa, os meninos precisavam cruzar um caminho entre os muros altos de duas casas, quando foram atingidos.

Em depoimento, Wesley disse que tomou um tiro no p� e tamb�m viu o irm�o ca�do, ensanguentado. Ele contou que tentou ajud�-lo, mas recebeu outro tiro, dessa vez no ombro. Ent�o, ele se arrastou para fora do beco. Foi o �ltimo momento em que Juan foi visto com vida.

Os PMs disseram que foram ao local por causa de uma den�ncia da presen�a de traficantes feita pelo servi�o 190. A chamada registrada na central � de 20h54, portanto, depois de os tr�s j� terem sido baleados. A grava��o n�o foi divulgada pela pol�cia.

Registro na delegacia
No registro de ocorr�ncia feito na delegacia, � 1h44, os PMs apresentaram uma arma e drogas como sendo de Wanderson e apontaram Wesley como menor infrator. Mas, 45 minutos depois, mudaram o depoimento: Wesley passou de infrator a testemunha. Wanderson ficou cinco dias algemado � cama, at� ter a pris�o relaxada pelo juiz.

Corpo do menino Juan deve ser enterrado na sexta-feira, no RJ
Pol�cia vai fazer reconstitui��o do crime no local onde menino desapareceu.
Quatro policiais do 20� BPM foram afastados pelo comandante-geral da PM.


Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir