Gostaria de pedir ao leitor muito carinho ao ler este texto, pois me arvoro a escrevê-lo na tentativa de promover o debate e o bom senso, haja vista que, em nossa região litorânea sul capixaba, ultimamente, inúmeros casos de “denuncismo” sugiram.
O objetivo deste artigo é, de alguma forma, contribuir com as reflexões acerca do sensacionalismo, à luz de um de seus subprodutos mais notórios, desde a segunda metade do século XX: o "denuncismo" ou "declaracionismo".
Gostaria de pedir ao leitor muito carinho ao ler este texto, pois me arvoro a escrevê-lo na tentativa de promover o debate e o bom senso, haja vista que, em nossa região litorânea sul capixaba, ultimamente, inúmeros casos de "denuncismo" sugiram. Então, ao amigo leitor, boa leitura, e utilize sua reflexão com carinho e sabedoria.
Quando lanço mão do termo "denuncismo", tomo essa palavra no sentido amplo de toda informação transmitida à mídia ou à população, por servidores da administração ou do setor privado, para satisfazer fins do informante, de promoção pessoal ou de natureza diversa, incompatível com o interesse público e/ou privado.
No entanto a definição lingüista esclarece-nos que, por definição, DENUNCISMO é a publicação nos meios de comunicação de pretensos fatos ou ocorrências NíO APURADOS COM O RIGOR DA ÉTICA PROFISSIONAL, e que, ao provocarem escândalo e sensacionalismo, visam a atingir a reputação de um indivíduo, de um grupo ou mesmo dos poderes constituídos.
É fácil, então, notar que, de dois pontos de vistas distintos, temos uma convergência no que tange ao significado: Denuncismo nada mais é do que a divulgação de fatos e/ou notícias não apuradas que visam a atingir a imagem de terceiro, para benefício de um determinado ente-divulgador.
Desde 1950 até a atualidade, passamos por um período de grandes transformações globais, que subverteram o respeito a valores fundamentais da vida em grupo. Essas mudanças, como as novas possibilidades de atuação e divulgação de informações (os satélites de comunicação e a internet), permitiram o acesso da quase totalidade da população à mídia eletrônica.
Fukuyama nos dá um real e didático entendimento para nossa reflexão. A saber: "Nesse meio século, começamos uma nova história, em novas bases, o que incluiu o adensamento demográfico das cidades e o abandono do campo, COM RADICAL MUDANÇA DOS COSTUMES.
As crises põem em dúvida os valores essenciais, sacrificam a informação fundamentada, investigada, substituída pela comunicação impulsionada por interesses obscuros. A velocidade com que a informação circula é tão grande que não há tempo hábil, em alguns casos, para que se proceda a um levantamento detalhado daquilo que se quer transmitir.
O denuncismo aparece como uma nova solução. Porém, apresenta um sério defeito: A valorização da forma e não da substância da mensagem.
O sensacionalismo, hoje, é mais agravado, primeiramente, pela pluralidade dos meios e por atingir toda a sociedade em poucas horas. Em segundo lugar, pelo dever de informar, que limita a qualidade da informação e gera a comunicação denuncista.
Assim, temos predominância de declarações de variados níveis e formas. Os "astros/estrelas/ famosos" logo se caracterizaram como "denuncieiros" e "sensacionaleiros".
Sem respeito pelo princípio constitucional de inocência presumida, os "heróis" da mídia especializam-se em divulgar versões e denúncias às suas interfaces, que as acolhem, mesmo quando a culpa dos acusados não tenha apoio em provas válidas, dando ensejo ao sensacionalismo, ou seja, à informação que tem ou provoca sensação, emoção, escândalo, ainda que não verdadeira, no todo ou em parte.
Esse tipo de indivíduo, de "astro", de "herói" alimenta-se do fracasso alheio, com a notícia deletéria, em particular, sempre atribui falta/falha, em variada escala de gravidade, a pessoas conhecidas.
A nossa região passa por uma epidemia de denuncismos, há vários grupos, ainda que isolados, de "denuncieiros". Mas, um dia a "casa cai", não é verdade?
Fato importante que não se pode deixar de compartilhar, é que há, por suposto, outro aspecto não menos importante. Alguns grupos, principalmente grupos políticos, promovem, muitas vezes, denuncismos, ou pior auto-denuncismo, como factóides, direcionados, no sentido de incriminar e/ou sobrecarregar a imagem de outrem.
Muitas vezes, usa-se esse método, para mascarar o real objetivo, puro e simples: Atingir pessoa alheia ao contexto. Geralmente, escolhem como alvo, personalidades emergentes com perfil crítico e fala contundente. Dessa forma, articulam, nos bastidores, a divulgação de um tipo de informação inofensiva e vazia (para o grupo), mas com cunho pessoal e calunioso, de modo a gerar uma grande comoção social: O SENSACIONALISMO. Num contexto assim, o verdadeiro "denuncieiro" fica preservado, e quem sofre as conseqüências, muitas vezes, sem sequer sabe dessa artimanha, pois seu nome é fritado nos gabinetes e secretarias da vida sem que seja convidado a dar qualquer esclarecimento.
Isto posto, cabe a sociedade REPUDIAR QUALQUER FORMA DE DENUNCISMO INFUNDADO, qualquer que seja. É necessário e imperativo romper paradigmas REPUDIANDO O SENSACIONALISMO. É IMPERATIVO REPUDIAR PESSOAS CAPAZES DE MANIPULAR UMA INFORMAÇíO E ACUSAR, SEM PROVAS, OU FUNDAMENTO UM SER HUMANO.
Faça-se diferença, sociedade. Seja a diferença, sociedade.
Fonte: Redação Maratimba.com
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