Categoria Acidente  Noticia Atualizada em 23-07-2011

Dono de Porsche chora ao falar sobre acidente em SP
Motorista do Porsche esconde o rosto na sa�da da delegacia
Dono de Porsche chora ao falar sobre acidente em SP
Foto: Roney Domingos/G1

Roney Domingos

O empres�rio Marcelo Malvio Alves de Lima, de 36 anos, motorista do Porsche que se envolveu em um acidente no Itaim Bibi, na Zona Sul de S�o Paulo, chorou ao prestar depoimento na noite desta quinta-feira (21) no 15� Distrito Policial, segundo o delegado Noel Rodrigues de Oliveira J�nior.

Ele deixou o local por volta das 19h25 sem falar com os jornalistas. A colis�o provocou a morte da advogada Carolina Menezes Cintra Santos no dia 9 de julho. "Ele chegou a chorar na hora que ele falou de quando ele tomou conhecimento que a menina tinha falecido", afirmou o delegado.

Segundo Oliveira J�nior, o empres�rio contou que na data do acidente teve um dia normal de trabalho, foi para casa e de l� ele saiu com uma pessoa cujo nome o policial n�o quis revelar.

O empres�rio disse � pol�cia que foi a um restaurante no mesmo bairro e tomou uma ta�a de vinho. "Ele informou que ingeriu uma ta�a de vinho, que nem chegou ao final da garrafa de vinho e que tomou bastante �gua", afirmou o delegado.

No depoimento, o empres�rio disse ainda que n�o se recorda de nada do momento do acidente. Oliveira J�nior disse que ele se lembra apenas que, momento antes, acelerou o carro porque sentiu a aproxima��o de duas pessoas. "Ele s� se recorda de ter arrancado da Rua Jo�o Cachoeira. Arrancou de uma maneira um pouco mais contundente. Havia duas pessoas ali e ele desconfiou que poderia ser v�tima de assalto", afirmou o delegado. O empres�rio disse � pol�cia que viu apenas um vulto antes da colis�o. "Ele chega a dizer que viu um vulto, mas j� era tarde demais, n�o tinha mais tempo para qualquer rea��o dele."

Segundo o delegado, o empres�rio ainda paga quatro presta��es de R$ 80 mil do Porsche, que n�o tinha ainda nem mil quil�metros rodados. "Esse ve�culo estava com ele h� menos de um m�s e ele rodou menos de mil quil�metros. Ele deu um outro carro de entrada, assumindo quatro parcelas de R$ 80 mil e isso demonstra que ele � inexperiente com o carro, que nunca fez um curso de pilotagem, que acho que � pr�-requisito para quem dirige um carro desses", disse o delegado. Apesar disso, o ve�culo j� tinha uma multa por passar a 86 km/h no litoral de S�o Paulo em um local onde a velocidade m�xima permitida � 80 km/h.

Laudo
O laudo que deve identificar a velocidade do carro no momento do acidente deve ficar pronto em 15 dias. A suspeita era a de que ele estava a 150 km/h. "Ele nega veementemente que estava naquela velocidade", afirmou o delegado. "Pelas fichas t�cnicas que eu li, esse ve�culo � capaz de atingir essa velocidade", disse. "Aproximadamente ele estava em uma velocidade de 50 metros por segundo. A v�tima pode at� ter visto o ve�culo dele, mas n�o esperava velocidade t�o grande assim. Por isso, ela cruzou a via", afirmou. Segundo o delegado, esse laudo, mais preciso, dever� medir a velocidade levando em considera��o o peso dos dois carros e a velocidade com que o carro da v�tima foi arremessado no poste. A pol�cia constatou que o veloc�metro do carro n�o travou ap�s o acidente.

O delegado, que esteve no local da colis�o, disse que n�o sentiu h�lito et�lico no motorista do Porsche. Ele n�o fez teste do baf�metro e n�o permitiu a coleta de sangue para exame. O delegado estranhou o fato de o advogado ter chegado ao local do acidente quando equipes de emerg�ncia ainda prestavam atendimento.

"Conversei com os m�dicos e eles disseram que o choque e o trauma, em si, deixam a pessoa um pouco let�rgica. As testemunhas afirmaram que ele tinha sinais de embriaguez. Odor et�lico n�o tinha. N�o foi recolhido sangue porque existe princ�pio geral do Direito Penal de que voc� n�o � obrigado a produzir provas contra voc� mesmo. Ele j� estava orientado. No acidente j� tinha advogado l�. N�o � comum voc� atender acidente t�o grave quando o Corpo de Bombeiros ainda est� no local e j� tem advogado l� orientando o cliente", afirmou.

Defesa
O advogado do empres�rio, Celso Vilardi, disse que o empres�rio n�o alcan�ou 150 km/h. "Existe uma prova bastante consistente de que ele n�o estava alcoolizado. Al�m disso, ele demonstrou hoje que estava abalado, que � mentira que ele n�o estava preocupado com a v�tima. Ele teve um quadro de confus�o mental que durou at� s�bado. Ele n�o est� dormindo. Est� em profundo estado de luto. Ele estava parado mais ou menos 200 metros antes [do local do acidente]."

"N�o � poss�vel que ele tivesse alcan�ado essa velocidade [de 150 km/h]. N�o existe comprova��o pericial. Quem vai apurar isso � a per�cia. Esse mo�o � trabalhador, n�o saiu na rua para matar ningu�m. Ele n�o passa em sinal vermelho", afirmou Vilardi.

A Justi�a concedeu liberdade provis�ria ao empres�rio com fian�a fixada em R$ 300 mil. O Porsche se chocou com o Hyundai Tucson conduzido pela advogada na Rua Tabapu�, pr�ximo � esquina com a Rua Bandeira Paulista. Os dois carros foram parar em um poste, um em cima do outro. Carolina, de 28 anos, morreu na hora.

O empres�rio foi indiciado por homic�dio doloso, quando h� inten��o de matar. Isso porque, segundo a pol�cia, ao dirigir em alta velocidade ele assumiu o risco de causar um acidente. Segundo o delegado, ele s� dever� falar novamente diante do juiz.

As testemunhas disseram que a advogada avan�ou o farol vermelho devagar, por volta das 2h45, quando houve a colis�o. Ap�s o acidente, o carro da advogada foi lan�ado a uma altura de 50 cent�metros at� bater no poste. C�meras de seguran�a flagraram o Porsche em alta velocidade momentos antes da colis�o. As imagens foram registradas pelas c�meras de um pr�dio da via.

Dono de Porsche chora ao falar sobre acidente em SP, diz delegado
Ele confirma ter tomado ta�a de vinho, mas tamb�m "bastante �gua".
Advogado de empres�rio diz que ele n�o alcan�ou velocidade de 150 km/h.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir