Categoria Politica  Noticia Atualizada em 02-08-2011

Temos que fazer tudo para que o país volte a crescer
Obama, em pronunciamento após aprovação de plano no Senado
Temos que fazer tudo para que o país volte a crescer
Foto: Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira (2) que a aprovação pelo Congresso do plano que permite que o país evite o calote é um importante primeiro passo para garantir que o país viva "dentro das suas possibilidades", mas que será preciso mais para reconstruir a economia americana.

"Teremos que fazer tudo que estiver em nosso poder para fazer o país crescer e voltar ao trabalho", afirmou ele, em pronunciamento no jardim da Casa Branca. De acordo com Obama, o plano aprovado pelo Congresso "garante que não cortemos (os gastos) muito abruptamente para não interromper o crescimento".

O presidente dos EUA insistiu, no entanto, que as discussões entre os dois partidos para garantir os cortes de gastos deverão sofrer "alguns ajustes" para garantir programas sociais, e insistiu que os mais ricos deverão "pagar sua parcela justa".

"Todo mundo vai ter que colaborar. É o justo. Nos próximos meses, continuarei a lutar pelas coisas que mais importam aos americanos, mais empregos, crescimento econômico mais acelerado", afirmou.

Obama criticou a disputa política que cercou o processo de aprovação do plano para permitir a elevação do teto da dívida. "Já vimos nos últimos dias que Washington tem capacidade de focar quando há um desastre se aproximando. Não deveria ser preciso uma catástrofe (para que o Congresso agisse).

Aprovação do plano "anticalote"

No último dia do prazo para que os Estados Unidos elevem seu limite de endividamento, o Senado do país aprovou nesta terça-feira, por 74 votos a 26, o plano bipartidário formulado pelos líderes do Congresso. Na noite da segunda, o projeto havia sido aprovado na Câmara dos Representantes por 269 votos a favor e 161 contra.

O processo para que republicanos e democratas conseguissem fechar um acordo foi "bagunçado e levou muito tempo", nas palavras do próprio presidente Barack Obamax. Na noite do último domingo, Obama fez um pronunciamento para dizer que os líderes dos dois partidos haviam chegado a um acordo para elevar o limite da dívida dos Estados Unidos e evitar um default (termo técnico para "calote").

A primeira parte do acordo vai cortar cerca de US$ 1 trilhão nos próximos dez anos, segundo explicou Obama durante pronunciamento feito no domingo.

O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, detalhou que a proposta prevê um corte de US$ 917 bilhões nos gastos domésticos ao longo de dez anos, além da formação de uma comissão para definir mais US$ 1,5 trilhão em redução de gastos até novembro.

Com a elevação do teto da dívida, o país pode pegar novos empréstimos e cumprir com pagamentos obrigatórios. Em maio, a dívida pública do país chegou a US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões), que é o valor máximo estabelecido por lei. Nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.

Votações
A votação ocorrida na segunda-feira na Câmara dos Representantes foi a terceira em menos de duas semanas na busca de um acordo para a redução do déficit orçamentário do país e elevação do limite de endividamento do governo federal.

Na última sexta-feira, a Câmara aprovou um plano republicano, formulado por John Boehner, sobre o assunto. A votação deveria ter ocorrido na quinta-feira, mas foi adiada pelo temor de que não haveria votos suficientes para aprovar as medidas. Poucas horas depois da aprovação na Câmara, o projeto foi rejeitado no Senado, de maioria democrata.

No dia 19, um primeiro plano republicano também havia sido aprovado na Câmara, mas foi rejeitado no Senado, onde não chegou nem a ir a votação.

Credibilidade
A luta contra o tempo do governo dos Estados Unidos visava preservar sua credibilidade de bom pagador. Sem um acordo até a meia-note desta terça (1h, horário de Brasília), o país poderia ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, havia o risco de calote - que seria o primeiro da história americana.

Obama
Em pronunciamento feito no domingo, Obama agradeceu ao povo americano por "vozes, e-mails, twitts" que pressionaram os políticos.

O presidente dos Estados Unidos destacou que, como resultado do acordo fechado, "os EUA terão o nível mais baixo de gastos domésticos anuais desde que Eisenhower foi presidente", mas ressalvou que ainda assim, é "um nível de cortes que permite fazer investimentos na criação de empregos, educação e pesquisa". "Também asseguramos que esses cortes não acontecessem de forma tão abrupta. A solução definitiva para o déficit precisa ser equilibrada", acrescentou o presidente.

O líder americano afirmou ainda que apesar da opinião de "alguns republicanos", será necessário "pedir aos americanos mais ricos e às maiores empresas para abrir mão de benefícios fiscais".

Temos que fazer tudo para que o país volte a crescer, diz Obama
Congresso aprovou plano bipartidário para evitar "calote".
Depois do dia 2, país poderia ficar sem dinheiro para honrar dívidas.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir