Categoria Politica  Noticia Atualizada em 06-08-2011

Santos completa um ano de Governo na Colômbia com aprovação e conquistas
O elgiado presidente Santos ao fim de um ano de mandato: na dependência do desafio de reduzir o desemprego, a pobreza e a corrupção, que mancharam a gestão de Uribe.
Santos completa um ano de Governo na Colômbia com aprovação e conquistas
Foto: AFP, Eitan Abramovich

Pablo Rodriguez

BOGOTÁ — O presidente colombiano Juan Manuel Santos completa neste domingo seu primeiro ano de Governo com um índice de aprovação de 71%, uma elogiada gestão com importantes conquistas na política exterior e na resolução do conflito armado no país, mas que ainda enfrenta críticas por um retrocesso na segurança interna.

Santos, que no primeiro dos seus quatro anos governou com uma gestão de centro-direita, herdou o legado de seu ex-chefe e padrinho político, o ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010).

Com o Congresso ao seu lado, reflexo de um Governo de "unidade nacional", Santos conquistou talvez seu principal triunfo legislativo e histórico para o país: uma lei de reparação para as vítimas do conflito armado e de restituição de milhares de hectares de terras a moradores expulsos de suas casas pela guerrilha, paramilitares e narcotráfico.

No entanto, ainda que conte com um grande respaldo político, o caminho para aplicação desta lei é tortuoso e sangrento, como admitiu o próprio presidente, que alertou para o fato de que as extremas direita e esquerda conspirem contra a legislação.

Cerca de vinte pessoas que reclamavam pelos direitos da nova lei foram assassinados desde que Santos a propôs.

Já em relação a segurança interna, Santos perdeu espaço no legado deixado por Uribe contra as guerrilhas comunistas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e Exército de Libertação Nacional (ELN)>

"Cresceram os ataques guerrilheiros, as sabotagens, o sequestro e os delitos urbanos. Por isso há uma percepção geral de aumento na insegurança", explicou à AFP Alfredo Rangel, diretor da organização não-governamental (ONG) Segurança e Democracia.

Rangel advertiu que, no entanto, esta situação não é apenas responsabilidade do Governo de Santos.

No mais, Rangel assegurou que nas fileiras militares predomina uma sensação de "falta de segurança jurídica", o que em parte gerou uma "baixa na intensidade da ofensiva das forças de segurança", opinou.

A promotoria investiga mais de uma centena de casos de execução de civis por parte dos militares. Para se defenderem, eles teriam alegados que as vítimas eram guerrilheiros mortos em combate.

"Santos foi eleito por uma grande parcela dos eleitores de Uribe. Neste ano, que deveria ser de adaptação, ele atuou como se já tivesse na presidência há vários anos. É um tecnocrata muito hábil", considerou Enrique Serrano, catedrático em Ciências Políticas da Universidade de Rosário, em Bogotá.

Santos foi um destacado ministro de Defesa no Governo Uribe entre 2006 e 2009. Foi ele quem pôs em prática uma política de mãos de ferro contra a guerrilha esquerdista, aplicada em grande parte e com êxito por Santos.

Mas para Serrano, apesar de Santos ter sido catapultado à presidência por estas ações e tido como herdeiro de Uribe, ele hoje "parece outra pessoa".

Vários analistas reconhecem que ele conseguiu impor seu próprio estilo e agenda de Governo, o que gerou um evidente distanciamento de Uribe.

No campo da política externa, Santos avançou na diplomacia: restabeleceu as relações com a Venezuela e Equador e superou o clima de confrontos na região.

"Ele é um grande conciliador com espírito de liderança", disse à AFP Vicente Torrijos, catedrático de Relações Internacionais da Universidade de Rosário.

Mas Santos ainda está ainda na dependência de várias tarefas em seu propósito de modernizar o Estado e de uma das suas principais promessas de campanha: diminuir o desemprego, reduzir a pobreza e persistir na luta contra a corrupção, que mancharam a gestão de Uribe e racharam a relação entre os dois líderes.

Santos completa um ano de Governo na Colômbia com aprovação e conquistas

O elgiado presidente Santos ao fim de um ano de mandato: na dependência do desafio de reduzir o desemprego, a pobreza e a corrupção, que mancharam a gestão de Uribe.


Fonte: AFP
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir