Categoria Politica  Noticia Atualizada em 23-08-2011

Antecessores "podem ter errado", diz novo ministro da Agricultura
Novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, discursa na solenidade de sua posse
Antecessores
Foto: noticias.terra.com.br

O recém-empossado ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, admitiu nesta terça-feira que pode ter havido erros na gestão da pasta por seus antecessores. O novo titular tomou posse durante a manhã no Palácio do Planalto, no lugar de Wagner Rossi, que pediu demissão na última quarta após uma série de denúncias no ministério. Mendes alegou, no entanto, que a investigação de condutas irregulares na pasta não o preocupa, já que a tarefa ficará a cargo da Controladoria-Geral da União (CGU).

Ontem, Mendes Ribeiro esteve reunido com o ministro da CGU, Jorge Hage, para ficar a par das investigações do órgão no ministério. "Algumas pessoas podem ter errado, esse trabalho está sendo feito pela CGU. Teremos toda a integração possível, nosso ministérios vão interagir, e nós queremos que isso seja resolvido com a maior rapidez possível. Eu vou me preocupar em ter recursos para a agricultura", disse.

Segundo Mendes Ribeiro, a sua prioridade enquanto ministro será a pesquisa. O titular da Agricultura já tem reuniões agendadas com o presidente da Embrapa e que o foco no órgão e na pesquisa é uma recomendação da presidente Dilma Rousseff. O novo ministro disse, ainda, que vai comandar a pasta aliando gestão e política e que seu gabinete será eminentemente técnico. "A técnica no serviço e a política andam juntas", disse.

Perguntado se trocaria a direção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que, segundo denúncia da revista Veja, teria sido loteada pelo ex-ministro Wagner Rossi, Mendes Ribeiro disse que fará as alterações que julgar necessárias, mas evitou especificar.

"O ministro Jorge Hage disse que teria 30 dias, no mínimo, para completar a sua tarefa. Até lá, eu vou entrar na Conab consciente do grupo de técnicos que possui. Irei chamar os procuradores da Conab, examinarei as questões dos estados como se encontram, mas farei com que a eficiência esteja sempre presente. Eu vou conversar com o ministro, não acredito que isso será pautado (demissão de pessoas na Conab), posso substituir diretores da Conab antes do projeto (investigação da CGU) evoluir, mas não quero entrar com uma postura. Se eu tiver que mudar, eu vou mudar", afirmou.

Mendes Ribeiro afirmou, ainda, que vai trabalhar pelo entendimento entre o Executivo e o Congresso na votação do Código Florestal, que foi aprovado na Câmara e alvo de uma polêmica emenda, que deve ser alterada no Senado, segundo o ministro. A emenda aprovada na Câmara dá aos Estados a prerrogativa de decidir quais atividades agropecuárias podem ser realizadas em áreas de preservação permanente (APPs). O governo federal é contra porque quer exclusividade para definir as atividades permitidas em APPs.

Na votação da matéria, Mendes Ribeiro, quando era deputado, votou contra a orientação do governo, apesar de seu partido (PMDB) compor a base governista. "Não votei contra o governo, quero deixar claro isso. Votei como achei que deveria votar. O instrumento que tinha no processo legislativo era o único que permitia passar segurança aos produtores enquanto esse processo não se encerrava. Claro que se olharmos a emenda votada, ela está errada, tem erro de redação. Mas no Senado isso se corrige. Vou conversar muito, quero chegar a um bom entendimento no Código, o que é fundamental", avaliou.


Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir