Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-08-2011

Rebeldes avançam rumo à cidade natal de Gaddafi
Após assumir o controle da maior parte de Trípoli, opositores rumam para Sirte
Rebeldes avançam rumo à cidade natal de Gaddafi
Foto: noticias.r7.com

Forças rebeldes avançavam nesta quinta-feira (25) rumo à cidade natal de Muammar Gaddafi, Sirte, após assumir o controle da maior parte da capital da Líbia, Trípoli.

Houve combates violentos na estrada a caminho da cidade - no Leste da Líbia - com barragens de artilharia e ataques com foguetes. Testemunhas afirmam que havia reforços rebeldes se encaminhando de Trípoli para Sirte.

Forças leais a Gaddafi resistiam à ofensiva, bloqueando o avanço rebelde na cidade de Bin Jawad. Combatentes pró-Gaddafi ainda controlam Sirte, a cerca de 450 km ao leste de Trípoli, e Sabha, a 650 km ao sul, no deserto.

"As forças de Gaddafi ainda lutam, estamos surpresos. Achamos que eles se renderiam com a queda de Trípoli", disse o comandante rebelde Fawzi Bukatif, à agência de notícias AFP.

Os rebeldes entraram há quatro dias em Trípoli e tomaram o quartel-general de Gaddafi, Bab al Aziziya, na terça-feira (23).

Embora os combates mais intensos pareçam ter chegado ao fim, comandantes rebeldes afirmam que ainda há bolsões de resistência na capital, com franco-atiradores leais a Gaddafi em alguns pontos da cidade, e ataques com morteiros.

Na quarta-feira, a coalizão de grupos rebeldes, o CNT (Conselho Nacional de Transição), anunciou uma anistia para membros do "círculo íntimo" de Gaddafi que o capturem ou matem.

Um empresário líbio ofereceu cerca de R$ 2,7 milhões (US$ 1,7 milhão) pela captura de Gaddafi "vivo ou morto", segundo os rebeldes. Mustafa Abdul Jalil, presidente do CNT, disse na quarta-feira (24) que a iniciativa conta com o apoio dos rebeldes.

Gaddafi enfrenta também um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional, por acusações de crimes contra a humanidade.

Sem pistas

A liderança rebelde também ofereceu a Gaddafi a opção de deixar o país em segurança, se renunciar ao poder.

O líder fugitivo prometeu, entretanto, em discurso transmitido na terça-feira, "vencer ou morrer".

Comandantes das forças rebeldes afirmaram que é importante capturar ou matar Gaddafi para eliminar qualquer possibilidade de que o líder ou seus partidários possam organizar um contra-ataque.

Os rebeldes insistem que é apenas uma questão de tempo até que o líder líbio seja encontrado, mas admitem que não têm pistas de seu paradeiro.

Um rebelde que se identificou como Adbul Rahman disse à agência de notícias Reuters que eles acreditam que Gaddafi ainda esteja em Trípoli, possivelmente no sul da cidade, onde ainda estão ocorrendo combates. Gaddafi também teria muito apoio nas cidades de Sirte e Sabha.

Sabha tem uma base da Força Aérea e também presença militar e, se Gaddafi e a família conseguirem chegar à cidade, poderiam ter a opção de uma fuga fácil pelo deserto, para o Níger ou Chade.

Representantes do CNT também estão preparando uma reunião no Qatar com enviados dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Turquia e Emirados Árabes Unidos para discutir o futuro da Líbia depois de Gaddafi.

A coalizão rebelde afirmou que precisa de cerca de R$ 4 bilhões (US$ 2,5 bilhões) em ajuda humanitária urgente. Segundo o grupo, a prioridade absoluta é cobrir custos de ajuda humanitária e pagar salários. Jornalistas que cobrem o conflito afirmam, entretanto, que a longo prazo o país precisará de mais dinheiro para reconstruir sua infraestrutura petrolífera.

O levante contra o regime de Gaddafi na Líbia começou em fevereiro. As forças insurgentes começaram sua campanha pelo leste e em bolsões do oeste do país, antes de iniciar sua ofensiva contra a capital.

Bombardeios da Otan contra forças de Gaddafi ajudaram a campanha rebelde. A Otan age cumprindo mandato da ONU para proteger a população civil.

Fonte: noticias.r7.com
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir