Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 29-08-2011

Vacina contra a pólio será substituída
A oral Sabin dará lugar à intramuscular Salk. A mudança é uma iniciativa para a erradicação da doença
Vacina contra a pólio será substituída
Foto: diariodonordeste.globo.com

A data ainda não está definida, no entanto, as campanhas de vacinação contra a poliomielite terá novo personagem. O famoso Zé Gotinha dará lugar a outra figura, ainda em estudo pelo Ministério da Saúde. A mudança se deve por conta da troca da vacina contra a paralisia infantil. A oral Sabin será substituída pela intramuscular Salk.

A decisão segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que os países se preparem para a erradicação da pólio no mundo, o que deve acontecer em até cinco anos. No Brasil, a doença está erradicada há mais de dez anos, mas com o uso da Sabin existe um risco mínimo de sua volta.

O representante do Ceará na reunião realizada há 15 dias, em Brasília, com as coordenadorias de Vigilância em Saúde, Manoel Fonseca, diz que estados e municípios já foram avisados e explica que o motivo para a substituição se deve em razão de que com a Sabin o vírus não é eliminado do meio ambiente. "Essa vacina é produzida com o vírus atenuado, mas ainda vivo, o que não livra por exemplo, uma pessoa de viajar e contraí-lo", frisa.

Já a Salk, com o vírus morto, esse risco deixa de existir. Até lá, avalia, o caminho é longo.

Segundo ele, o governo brasileiro quer fabricar a Salk pelo Instituto Bio-Manguinhos/Fiocruz e para isso, deve adquirir o direito de utilizar a tecnologia. "Somente em três anos poderemos mudar totalmente as vacinas. A introdução será com esquema combinado", informa.

A coordenadora geral do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, confirma a notícia e diz que será um processo de transição. Serão duas primeiras doses da pólio, a Salk, aos dois e quatro meses, e mais dois reforços com a pólio, aos seis e 15meses. "A criança segue o esquema da campanha nacional e permanece tomando a Sabin. Quando a intramuscular for implementada haverá uma campanha por ano".

Carla dá um alento na preocupação dos pais com relação à vacina intramuscular. Segundo indica, a intenção é produzir no Brasil uma vacina heptavalente.

Operação

Já em 2012, a rede disponibilizará a pentavalente, junção da atual DTP- contra a difteria, tétano e coqueluche- com hemófilos do tipo B (contra a meningite) e a hepatite B. "Daqui há quatro ou cinco anos, teremos a heptavalente, que vai incluir ainda a meningocócica C e a Salk, a pólio inativada".

Por enquanto, declara, há discussão técnica e operacional para definir qual o melhor caminho a seguir. "É preciso a compra da tecnologia para a produção da vacina, a capacitação da rede e a organização para distribuição. Até janeiro de 2012, teremos as respostas e se considerarmos a rede preparada, o processo começa ano que vem".

O pediatra Ronaldo Pedrosa destaca que é preciso garantir a sustentabilidade da produção, distribuição e acesso da população. "O que não pode é o Brasil decidir mudar as vacinas e os pais não encontrarem nem a Sabin e nem a Salk".

A segunda etapa da Campanha contra a Poliomielite prossegue até o dia 16 de setembro. A vacina, para crianças menores de cinco anos, está disponível nos 92 postos de saúde da Capital. Na primeira etapa da ação, Fortaleza alcançou o percentual de 99% das crianças vacinadas, ou seja, mais de 176 mil.

Fonte: diariodonordeste.globo.com
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir