Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-09-2011

Incêndio no Parque do Rola Moça, em MG, é o maior desde 2003, diz direção
Nesta segunda-feira (26), focos isolados são combatidos. Cerca de 80% da vegetação foi devastada; recuperação pode levar 25 anos.
Incêndio no Parque do Rola Moça, em MG, é o maior desde 2003, diz direção
Foto: www.g1.com

O incêndio que atinge o Parque Estadual da Serra do Rola Moça, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já é considerado o maior dos últimos oito anos. Desde sexta-feira (23), o fogo é combatido, e cerca 80% da área de vegetação foi queimada. De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, em 2003, a mesma área do parque foi devastada.

"Desde que o parque foi criado, nós tínhamos como referência de incêndio florestal o de 2003. Agora, o prejuízo ambiental já está sendo maior. Só poderemos dimensionar quando for debelado", disse o biólogo e gerente do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, Marcos Vinícius de Freitas. Segundo ele, a estimava de 80% de área queimada pode ser ainda maior, porque focos isolados ainda são combatidos.

Nesta segunda-feira (26), é grande a mobilização para extinguir os focos remanescentes de fogo. Ao todo, 115 pessoas – entre bombeiros, brigadistas e voluntários – atuam no controle do incêndio, segundo a gerência do parque.

Biomas de cerrado e mata atlântica foram destruídos. Segundo o gerente do parque, um prejuízo difícil de estimar por causa das inúmeras espécies da fauna e da flora. "É triste demais. A gente tem aqui os campos ferruginosos, que são endêmicos, e a vegetação que ocorre nessas placas são muito sensíveis. O prejuízo de um incêndio é incalculável. Algumas espécies da flora, além de só existirem no parque, às vezes, não foram nem identificadas pela ciência", lamentou.

Répteis e anfíbios, além de algumas espécies de mamíferos, também são afetadas e nem sempre conseguem escapar devido à velocidade de propagação do fogo, segundo Freitas. "Primeiro , de cara, você tem o dano da vegetação. Só que outros grupos ecológicos são comprometidos", falou.

A recuperação da área devastada é lenta e vai precisar de reforço. "Existe uma regeneração natural, mas, pela proporção, vai ser feito uma intervenção para acelerar a recuperação com o plantio de vegetação nativa", informou Freitas. Segundo ele, serão necessários de 20 a 25 anos para a recomposição, mas algumas perdas são irreparáveis.

O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça é uma área de preservação localizada nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Ibirité e Brumadinho e possui 3.941,09 hectares. Está situado em uma zona de transição de cerrado para mata atlântica, rico nos tipos de formação vegetais chamadas de campos ferruginosos e de altitude.

Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, as unidades de conservação são habitat natural de espécies da fauna ameaçadas de extinção como a onça parda, a jaguatirica e o lobo-guará. O parque abriga ainda seis mananciais responsáveis pelo abastecimento de parte da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O parque completa 17 anos nesta terça-feira (27). A visitação está mantida, segundo Freitas. "Eu acho interessante que as pessoas vejam a capacidade de destruição do homem em relação a esses ambientes. Assusta. É muito triste, é um cenário de destruição, parece filme", relatou.

De acordo com o setor de meteorologia da Companhia Energética de Minas Gerais, já são 108 sem chuva significativa em Belo Horizonte.

Combate ao incêndio
Os bombeiros retomaram na manhã desta segunda-feira (26) o combate ao incêndio no Parque Estadual da Serra do Rola Moça, entre Brumadinho e Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O condomínio residencial Retiro das Pedras também foi atingido pelo fogo. Os militares disseram que os trabalhos devem se concentrar em uma área de vegetação de mata atlântica e no Condomínio Casa Branca.

Serra do Curral
Outro incêndio atinge o Serra do Curral, no Bairro Mangabeiras, na região Sul de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (26). Neste domingo (25), cerca de 20 pessoas, entre bombeiros e brigadistas, trabalharam no local. A área queimada não foi contabilizada.

A área faz parte do Parque das Mangabeiras. A administração do Parque das Mangabeiras informou que as chamas não ameaçaram as áreas de lazer e de serviços do parque.

Fonte:

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Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir