Categoria Educa�ão  Noticia Atualizada em 31-10-2011

Cada sistema de ensino vai escolher como usar hora a mais
MEC n�o quer mais disciplinas na amplia��o da jornada escolar para cinco horas/dia. Proposta para o Congresso n�o definir� modelos.
Cada sistema de ensino vai escolher como usar hora a mais
Foto: expressopb.com

O debate sobre a amplia��o da jornada de aulas nas escolas brasileiras promete ser longo ainda. O Minist�rio da Educa��o j� anunciou que quer aumentar em uma hora por dia o turno escolar no Pa�s e est� formulando uma proposta de concretiza��o da medida para enviar ao Congresso Nacional. O texto, que est� sendo elaborado por t�cnicos da pasta com a ajuda de gestores municipais e estaduais, no entanto, deixar� lacunas para serem respondidas depois.

O ministro Fernando Haddad disse em setembro que gostaria de ampliar o tempo que as crian�as e os adolescentes brasileiros passam na escola. A proposta inicial era aumentar o n�mero de dias letivos anuais. Segundo o ministro, a "pouca exposi��o a conhecimento" dos estudantes prejudica o aprendizado. Na �ltima semana, o MEC promoveu uma reuni�o entre professores, gestores, parlamentares e especialistas sobre o tema.

� a partir das discuss�es dessa reuni�o que um grupo de trabalho � formado por t�cnicos do MEC e representantes de gestores municipais e estaduais � definir� a proposta oficial que vai para o Congresso Nacional. Ouvidos pelo iG, integrantes desse grupo contaram que o texto final n�o definir�, por exemplo, como as escolas devem utilizar essa "hora extra".

A ideia � que op��es sejam oferecidas, mas cada sistema de ensino escolha o modelo que mais se adequar � pr�pria realidade. Entre as sugest�es colhidas na reuni�o t�cnica est�o: trabalhos de projetos interdisciplinares, aulas de refor�o ou atividades culturais. "Ningu�m quer mais tempo para as crian�as copiarem mais coisas do quadro. Precisamos reinventar o tempo escolar. O grande debate deve ser em torno de qual projeto educativo cada escola quer tra�ar", afirma Jaqueline Moll, diretora de Curr�culos e Educa��o Integral do MEC.

Segundo Jaqueline, o MEC vai sugerir que as escolas sigam as orienta��es do Conselho Nacional de Educa��o (CNE) para a educa��o integral na elabora��o de seus projetos pedag�gicos. O minist�rio n�o enviar� um projeto de lei sobre o tema para o Congresso Nacional. Como j� existem projetos tramitando na C�mara e no Senado sobre o tema, o MEC enviar� um parecer ao deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) sobre o tema.

Lelo conta que h� dez projetos sendo analisados em diferentes comiss�es do Congresso sobre a amplia��o da jornada escolar. O deputado unir� as propostas e apresentar� um substitutivo. O parecer do minist�rio, segundo ele, servir� como mais um subs�dio. "S� houve um consenso na reuni�o: o de que n�o dever�amos aumentar os dias letivos. Acho que o ideal seria apresentarmos um conjunto de op��es para que as escolas possam se adaptar a um deles", diz.

O deputado admite que h� muitos detalhes ainda para serem definidos. "Ningu�m � contra mais tempo na escola, mas as vis�es gerais s�o muito d�spares. Quero ouvir experi�ncias que est�o funcionando antes de fechar a proposta", afirma Coimbra.

Adapta��o em tr�s anos

A presidenta da Uni�o Nacional dos Dirigentes Municipais de Educa��o (Undime), Cleuza Repulho, que participa do grupo de trabalho do MEC, conta que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep) est� fazendo um levantamento de quantas redes de ensino j� oferecem as 1 mil horas anuais de aulas. De acordo com Cleuza, h� muitos munic�pios que oferecem essa jornada ampliada j�. "Precisamos saber o que falta para as outras redes implantarem tamb�m", comenta.

S� com esses dados o grupo deve fechar o relat�rio. A expectativa dela � termin�-lo em novembro e encaminhar ao Congresso antes do recesso parlamentar. Ela conta que os gestores pediram aos parlamentares para n�o "inventarem mais disciplinas" para ocuparem essa hora a mais de aulas. "Temos de respeitar a autonomia dos sistemas. Mas n�o podemos ter mais disciplinas. Ouvir os educadores e os gestores nesse processo � fundamental", afirma.

Para Cleuza, o prazo de adapta��o que deve ser colocado na lei � de tr�s anos. No m�ximo, pode ser ampliado para cinco. Mas ela ressalta, por�m, que o aumento deve ser gradativo e s� poder� ser concretizado com mais investimentos. "Infraestrutura � fundamental para isso. Temos de ter escolas para todos e ainda n�o temos. Aposto muito no Plano Nacional de Educa��o para isso", diz.

Estrutura escolar

O hor�rio de aulas das 11h �s 15h, chamado de turno da fome e ainda praticado por muitos munic�pios para atender a demanda de alunos, ter� de acabar. "� inaceit�vel que ainda haja alunos com menos de quatro horas di�rias de aulas. Teremos de fazer um esfor�o para enfrentar as dificuldades que esses munic�pios e Estados enfrentam para acabar com esse turno", ressalta a diretora do MEC.

Outra preocupa��o de quem participa das discuss�es � como garantir esse tempo maior de carga escolar para os estudantes do ensino noturno. Todos concordam que � imposs�vel aumentar a carga hor�ria di�ria. "Ainda n�o temos uma resposta sobre o que fazer no turno da noite. Precisamos discutir inclusive o que j� � feito hoje, temos de pensar numa forma de dar significado ao ensino noturno", admite Jaqueline.

Na opini�o de Cleuza, � preciso rediscutir todo o planejamento para quem estuda � noite. Ela lembra que muitas redes t�m matriculado adolescentes de 15 anos em cursos noturnos e n�o deveriam. Esse � mais um ponto que ficar� aberto para discuss�es dentro do Congresso.

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir