Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-11-2011

França anuncia que se absterá sobre adesão palestina na ONU
Chancelaria francesa diz que a tentativa dos palestinos "não tem chance alguma" de ser bem-sucedida no Conselho de Segurança
França anuncia que se absterá sobre adesão palestina na ONU
Foto: ultimosegundo.ig.com.br

O Ministério das Relações Exteriores da França confirmou nesta sexta-feira que o país se absterá no caso de uma votação no Conselho de Segurança sobre a demanda de adesão de um Estado da Palestina na ONU.

Romain Nadal, porta-voz adjunto do ministério francês lembrou que a tentativa dos palestinos "não tem chance alguma de ser bem sucedida no Conselho de Segurança" em razão da oposição declarada dos Estados Unidos, que utilizarão seu direito de veto, caso seja necessário, mesmo com os possíveis "riscos de confrontos e um bloqueio" do Oriente Médio.

"Por esse motivo, durante uma reunião do comitê de admissão, o representante permanente da França nas Nações Unidas afirmou que o país não tem outra escolha a não ser se abster no Conselho de Segurança", disse.

Romain Nadal lembrou ainda que, diante da Assembléia Geral da ONU, no dia 21 de setembro, o presidente Nicolas Sarkozy propôs "uma solução realista, que daria um status de Estado observador não-membro das Nações Unidas", isso permitiria uma adesão dos palestinos em agências especiais da ONU.

Um diplomata das Nações Unidas disse mais cedo que a França, o Reino Unido e a Colômbia comunicaram na quinta-feira aos outros membros do Conselho de Segurança da ONU (de 15 integrantes, dos quais EUA, China, França, Reino Unido e Rússia têm poder de veto) que se absteriam em uma eventual votação sobre o ingresso dos palestinos no organismo. Até o momento, o Reino Unido e a Colômbia não fizeram anúncios oficiais.

De acordo com o diplomata, a Alemanha também declarou que não apoiaria a iniciativa palestina, mas o país não esclareceu se votaria contra ou se absteria.

A decisão da França e a possível abstenção nos outros dois países representam uma derrota para os palestinos, que tentam conseguir seu apoio para o pedido de adesão apresentado em 23 de setembro pelo presidente Mahmud Abbas. Espera-se que o Comitê de Adesões, que estuda a inscrição palestina para integrar a ONU, apresente seu relatório sobre a questão na próxima semana.

Segundo fontes diplomáticas, Brasil, Rússia, China, África do Sul, Índia e Líbano, por outro lado, comunicaram que votariam a favor, enquanto os EUA confirmaram que seriam contra, reiterando que exerceriam seu poder de veto no caso de a medida ser aprovada por 9 dos 15 membros do órgão. Portugal, Gabão, Nigéria e Bósnia ainda não manifestaram sua decisão.

Apesar de as abstenções não terem grande importância em termos reais pelo fato de o veto americano ser uma certeza, importam em termos políticos e morais pela esperança dos palestinos de mostrar que poderiam isolar Washington no órgão. Isso parece improvável agora.

A reunião de quinta-feira do Comitê de Adesões também serviu para que os membros do Conselho de Segurança definissem o formato do relatório que o órgão deve enviar à Assembleia Geral dizendo se o Estado aspirante cumpre com os requisitos para filiar-se à ONU. De acordo com fontes diplomáticas, o comitê estará com o documento pronto em 8 de novembro. Ele, porém, só deve ir à votação no Conselho de Segurança três dias depois.

Antes do início da reunião, o representante palestino nas Nações Unidas, Riyad Mansour, disse que sua delegação segue em contato "intenso" com os 15 membros do conselho para tratar de seu pedido. "Nosso desejo é receber a recomendação do Conselho de Segurança", disse.

O diplomata reconheceu que seu pedido enfrentará o veto de "um membro muito potente" pelo que então "teremos de explorar as opções disponíveis, incluindo comparecer à Assembleia Geral", referindo-se à possibilidade de recorrer a esse fórum para que obter o reconhecimento como Estado não membro do organismo.

Mansour também pediu na quinta-feira que o conselho aja contra as "represálias" iniciadas por Israel após a aceitação dos palestinos na Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

O diplomata disse que os palestinos querem que o principal órgão internacional de segurança reaja, preferivelmente mediante uma resolução, à construção de novos assentamentos anunciada por Israel durante esta semana e à ameaça de reter impostos pertencentes à Autoridade Nacional da Palestina (ANP).

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
 
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