Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 12-01-2012

Vigilância Epidemiológica dá dicas para evitar proliferação de caramujos
Os caramujos africanos se desenvolve em lugares úmidos. A fêmea chega a produzir até 400 ovos a cada ciclo reprodutivo.
Vigilância Epidemiológica dá dicas para evitar proliferação de caramujos
Foto: g1.globo.com

Adoram folhas verdes, tem a cor marrom, andam devagar e até parecem indefesos, mas podem trazer sério problemas à saúde. Em épocas de chuvas os caramujos africanos se proliferam e chegam a medir 15 centímetros de comprimento e podem pesar 200 gramas, tendo a capacidade de reproduzir até 400 ovos cada vez.

Os caramujos gostam de lugares úmidos, onde existam plantas, hortas, arbustos com folhas. Em Cerquilho, interior de São Paulo, cinco notificações de infestação foram registradas em 2011. Segundo a bióloga da Vigilância Epidemiológica do município, Silvana Aparecida Moretti, os caramujos foram trazidos ao Brasil devido a grande facilidade de reprodução. O objetivo era substituir o escargot, uma espécie do molusco utilizado na culinária, Mas devido o tamanho e a coloração escura, não foi aceito.

Silvana diz que os ovos podem durar até 1 ano embaixo da terra. Nas época de chuva, eles nascem do ovo na terra molhada e triplicam seu tamanho em apenas 3 dias. De acordo com a bióloga, os caramujos podem consumir com hortas e arbustos de frutas em apenas uma hora. Ela destaca ainda que essa espécie consegue escalar muros de até 1,5 m de altura. " Para evitar que eles passem de um terreno baldio para as casas, a população devem pintar a cada uma semana os muros até 1m de altura, pois o ácido irrita a mucosa do molusco", explica.

Segundo o médico clínico geral, David Salem Junior, o caramujo pode transmitir doenças quando entra em contato com o corpo humano. " São dois parasitas que são hospedeiros no caramujo: o Angiostrongylus cantonensis e Angiostrongylus costaricensis", explica. De acordo com o médico, o parasita costaricensis provoca cólicas abdominais, perda de peso rápido, dor de cabeça e até anorexia. Já o cantonensis resulta em problemas neurológicos, como a meningite encefálica.

Prevenção da doença:

Para evitar a contaminação por meio de alimentos, mergulhe as verduras, frutas e legumes em uma mistura contendo uma colher de sopa de água sanitária e um litro de água. " É importante colher os alimentos com luvas para evitar a contaminação", diz a bióloga da Vigilância Epidemiológica.

Segundo Silvana, o contato tem deve ser evitado. "Para pegar o molusco, as mãos devem estar protegidas com luvas ou sacos plásticos", explica. A bióloga orienta colocar os caramujos recolhidos em um balde com uma mistura de água e sal. "A quantidade ideal de sal deve ser colocada até a água ficar branca. Os moluscos devem ficar na solução por 24 horas até morrerem. Em seguida, colocar em sacola plástica resistente e após em um lixo comum",conta.

Silvana destaca que para facilitar o recolhimento, as pessoas podem colocar armadilhas. " Para montar é preciso estender um plástico embaixo de uma planta ao entardecer com cascas e pedaços de frutas e legumes. Ao amanhecer a maior parte dos caramujos estarão na armadilha atraídos pelos alimentos", conclui.

Também é importante recolher os ovos que ficam semi-enterrados e proceder da mesma forma usada para os animais coletados.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir