Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-01-2012

Reboco de prédio vizinho ao desabamento será retirado manual
Uma empresa de engenharia contratada pelo prefeitura vai realizar nesta segunda-feira a retirada do reboco do prédio vizinho ao edifício Liberdade.
Reboco de prédio vizinho ao desabamento será retirado manual
Foto: odia.ig.com.br

um dos três que desabou na última quarta-feira, no Centro. O trabalho, segundo o engenheiro Manoel Jorge Dias, especialista em implosão, será feito manualmente por funcionários com auxílio de uma plataforma.

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que a Avenida Almirante Barroso foi totalmente liberada ao tráfego de veículos às 5h20 desta segunda-feira. A via encontrava-se interditada, desde a noite de quarta-feira, dia 25, entre a Avenida Rio Branco e a Rua Senador Dantas, para facilitar o trabalho das equipes nas buscas e retirada de escombros dos três prédios que desabaram na Avenida Treze de Maio.

A Avenida Treze de Maio também foi liberada aos pedestres, após a instalação de tapumes que cercam os escombros que ainda são retirados.

Já a Rua Senador Dantas voltou à mão de origem, da Evaristo da Veiga à Avenida Chile. Permanecem interditados preventivamente pela Defesa Civil o prédio de número 6 da Avenida Almirante Barroso e o anexo do Theatro Municipal. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, foram retirados, até o momento, aproximadamente 45 mil toneladas de entulho do local.

A Seconserva realizou serviços de manutenção e limpeza nas avenidas Treze de Maio e Almirante Barroso. A operação de recuperação incluiu a pavimentação das calçadas em pedras portuguesas, reposição de fradinhos, tampões de bueiros e desobstrução do sistema de drenagem. Os serviços também incluíram manutenção dos pontos de iluminação pública, retirada da lama, lavagem das pistas, calçadas, fachadas e placas de sinalização.

O trabalho contou com 50 homens da Coordenadoria de Operações Especiais (COE), Coordenadoria Geral de Conservação, Rioluz e Comlurb, apoiados por caminhões pipa, varredeiras, caminhões cesto e retroescavadeiras.

Após mais de 100 horas de buscas, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, cogitou a possibilidade de alguns corpos não serem mais encontrados entre os destroços dos três prédios que desabaram no Centro do Rio. Contudo, ele garantiu que os trabalhos de procura não serão paralisados. Até o momento, 17 corpos foram encontrados no local da tragédia — destes, 13 foram identificados. Cinco pessoas estão desaparecidas.

Entre a noite de sábado e a manhã deste domingo, bombeiros que vasculham o entulho, levado para um depósito em Duque de Caxias, encontraram mais seis partes de corpos. Encaminhadas para o IML, elas serão submetidas a exames de DNA para saber se são da mesma pessoa ou de vítimas diferentes.

"Há situações parecidas em que os corpos nunca foram encontrados. É uma possibilidade. Além disso, os corpos podem estar carbonizados. Por isso, além de partes de corpos, começo a procurar ossos", afirmou Simões.

Para garantir que mais nada possa ter sido levado por engano para o galpão, os bombeiros começaram a peneirar o material, separando partes sólidas das líquidas.

Na área do desabamento, na Avenida Treze de Maio, quase 95% da pilha de concreto já foi retirada. Por causa disto, a equipe de resgate e o uso de maquinários foram reduzidos para uma escavadeira e 15 homens. As ações agora se concentram no duto de ventilação e na parte dos fundos dos imóveis, onde ainda há entulho e mau cheiro.

"Os trabalhos vão continuar até que tenhamos convicção de que não há mais nada. A diferença é que estamos em áreas onde máquinas não entram. É mais manual", disse.

Questionado sobre a rapidez na remoção do entulho, o que poderia ter causado a mutilação de corpos, Simões garantiu que a prioridade era a busca por sobreviventes. "Se não tivesse sido rápido, talvez diriam que não priorizei possíveis sobreviventes. O trabalho foi difícil. Tudo está muito compactado e, isso por si só, já mutila os corpos".

Segurança e fiscalização

Para aumentar a segurança e a fiscalização no galpão da Comlurb em Duque de Caxias, para onde estão sendo levados os destroços dos prédios, a Prefeitura do Rio instalou duas câmeras que monitoram os trabalhos durante 24 horas. Ontem, o prefeito Eduardo Paes voltou a comentar o episódio de possíveis furtos em um depósito na Zona Portuária e chamou de "delinquentes" os quatro funcionários suspeitos de uma empresa privada. Eles foram demitidos.

"As câmeras ajudarão a reforçar a segurança no depósito, pois é inacreditável que estes delinquentes estivessem mexendo em entulhos de uma tragédia como essa", afirmou.

Por enquanto, todo o entulho está sob responsabilidade do Corpo de Bombeiros. Somente após a conclusão das buscas, a Polícia Civil e o Instituto de Criminalística Carlos Éboli realizarão a perícia técnica nos escombros. Depois, uma empresa que ainda será contratada pela prefeitura, ficará responsável por fazer a separação dos bens materiais que estão em meio aos escombros.

A Procuradoria Geral do Município e a polícia também irão permitir que o processo de separação seja acompanhado, o quanto antes, por proprietários de salas dos prédios e parentes de vítimas. Assim que possíveis bens forem identificados, serão liberados.

Prédio cobrou documentos

A administração do Edifício Liberdade já havia questionado o excesso de peso de entulhos na laje pedido o documento Anotação de Responsabilidade Técnica, que autoriza obras, à empresa TO sobre as construções no 9º andar. O documento não havia sido entregue. Os pedidos foram apresentado ontem no ‘Fantástico’, da Rede Globo.

Um dos donos da TO, Sérgio Alves, disse que não precisava do documento, já que as obras eram de pintura e "movimentação de paredes para preenchimento". "Fui ao enterro de uma amiga e a família está revoltada comigo. Não tenho culpa. Quero saber porque o prédio caiu".


Fonte: odia.ig.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir