Categoria Politica  Noticia Atualizada em 08-02-2012

Ex-presidente de Maldivas afirma que renunciou sob ameaça de armas
Mohamed Nasheed pediu que seu sucessor deixe o cargo. Mohamed Waheed Hassan Manik prometeu governo de união nacional.
Ex-presidente de Maldivas afirma que renunciou sob ameaça de armas
Foto: g1.globo.com

O ex-presidente das Maldivas Mohamed Nasheed disse nesta quarta-feira (8) que foi forçado a renunciar sob ameaça de armas. Ele fez um chamado a seu sucessor para que renuncie ao cargo.

"Sim, eu fui forçado a renunciar sob a mira de um revólver", Nasheed disse aos repórteres após uma reunião do partido, um dia depois da renúncia. "Havia armas ao meus redor e eles disseram que não hesitariam em usá-las caso eu não renunciasse."

"Eu apelo ao presidente do Supremo Tribunal para investigar a questão dos que estão por trás do golpe. Nós vamos tentar ao máximo trazer um governo legítimo de volta."

Mohamed Waheed Hassan Manik, o vice, tomou posse na terça-feira como presidente das ilhas Maldivas, um dos destinos turísticos mais famosos do mundo por seus resorts de luxo.

Ele prometeu fazer um governo de união nacional até as eleições presidenciais marcadas para 2013.

Não ficou imediatamente claro nas declarações de Nasheed quem estava apontando as armas.

Nasheed renunciou na terça após três semanas de protestos da oposição provocados por um motim policial.

Ele disse na TV que sua permanência no poder iria resultar em uso de força contra a população.

Houve enfrentamentos entre polícia e exército nas ruas nos últimos dias.

Policiais assumiram o controle da emissora de televisão estatal.

Ele era presidente desde 2008, quando subiu ao poder prometendo ampliar a democracia no arquipélago do Oceano Índico após anos de ditadura.

Ele foi o primeiro presidente eleito democraticamente neste arquipélago de 1.200 ilhas no Oceano Índico.

Mas vinha sendo criticado desde que mandou o exército prender Abdulla Mohamed, juiz da principal Corte Criminal do país.

E seu governo também foi constantemente acusado de corrupção e má gestão financeira.

A prisão ocorreu após o juiz ter ordenado a soltura de um oposicionista.

O governo acusou o juiz de conduta indevida e favorecimento a integrantes da oposição.

Os protestos que se seguiram deixaram ao menos três feridos.

Uma delegação da ONU era aguardada na quinta-feira no arquipélago para negociar uma solução para a crise política.










Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir