Categoria Policia  Noticia Atualizada em 10-02-2012

Acusado de matar Eloá pode ser condenado a mais de 50 anos, diz MP
Promotora Daniela Hashimoto falou ao G1 dias antes do julgamento no ABC. Acusação diz que réu quis matar ex; advogada de defesa não foi localizada.
Acusado de matar Eloá pode ser condenado a mais de 50 anos, diz MP
Foto: g1.globo.com

A poucos dias do julgamento do caso Eloá, o Ministério Público em Santo André, no ABC, informou que Lindemberg Alves Fernandes, de 25 anos de idade, réu acusado de matar a tiros a ex-namorada em outubro de 2008, poderá ser sentenciado pela Justiça a uma pena de reclusão de mais de 50 anos caso seja considerado culpado pelos jurados de ter cometido todos os quatro crimes pelos quais responde ao processo contra ele. A afirmação foi feita nesta semana ao G1 pela promotora Daniela Hashimoto.

O júri que decidirá se Lindemberg deverá continuar atrás das grades está marcado para começar na próxima segunda-feira (13) no fórum da cidade paulista. A juíza Milena Dias irá presidir o julgamento e proferir a sentença de acordo com a escolha dos jurados que deverão optar pela condenação ou absolvição do réu.

"O réu responde pelos crimes de homicídio, tentativa de assassinato, cárcere privado e disparo de arma de fogo. Se a maioria dos sete jurados decidir condená-lo por todos esses crimes, a juíza terá de aplicar uma pena. Pelos cálculos que fiz, essa pena mínima pode chegar a 52 anos", disse a promotora Daniela Hashimoto. "A linha da acusação será a de que Lindemberg sempre esteve disposto a matar Eloá". Pelas leis brasileiras, no entanto, mesmo que a pena ultrapasse meio século, o tempo máximo que alguém pode ficar preso é de até 30 anos.

Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a previsão da juíza Milena Dias é que o julgamento termine na quarta-feira (15). Ao todo, 15 testemunhas serão ouvidas, entre depoimentos das arroladas pela acusação e defesa.

O caso

Lindemberg, que nunca falou à Justiça sobre o caso para se defender, deverá ser interrogado. Caso queira, ele poderá ficar em silêncio e não responder a nenhuma pergunta relacionada aos fatos ocorridos há mais de três anos, entre os dias 13 a 17 de outubro de 2008, no apartamento onde Eloá morava.

Naquela época, Lindemberg estava com 22 anos. Armado, ele invadiu o imóvel da ex porque queria obrigá-la a reatar romance com ele. A adolescente tinha 15 anos. Caso contrário, afirmou em conversa com o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da PM, que iria matar, além dela, os três amigos da ex que também eram mantidos reféns dentro do apartamento: Nayara Rodrigues e dois colegas de classe delas.

Durante o sequestro, os garotos acabaram soltos após algumas negociações com o Gate. Mas as adolescentes, não. Como a PM entendeu que Lindemberg estava irredutível, decidiu invadir o imóvel. De acordo com a perícia da Polícia Técnico Científica, o agressor atirou contra Eloá e Nayara. A ex morreu no dia 18 de outubro de 2008. A colega dela sobreviveu.

Além do assassinato de Eloá, Lindemberg é acusado de tentar matar Nayara e um policial militar que tentava negociar a rendição dele e a soltura dos reféns. O réu também responde pelo crime de cárcere privado das amigas e dos dois colegas de escola de Eloá. Ainda sofre acusação de ter feito disparos de arma de fogo.

Por decisão da Justiça, Lindemberg foi preso preventivamente desde o término do sequestro das vítimas. Ele segue detido na Penitenciária de Tremembé, no interior do estado de São Paulo.

O G1 não conseguiu localizar até o início da manhã desta sexta-feira (10) a advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, para comentar as declarações da promotora. A linha de defesa do réu no julgamento poderá ser a de que a invasão da PM ao apartamento provocou a morte de Eloá.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir