Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 05-03-2012

Doutorzinhos de merda!
Pela manh�, tive a honra, o prazer e a sorte de poder andar pelo cal�ad�o da praia e vislumbrar o belo espet�culo do nascer do sol por detr�s das Ilhas...
Doutorzinhos de merda!

Pela manh�, tive a honra, o prazer e a sorte de poder andar pelo cal�ad�o da praia e vislumbrar o belo espet�culo do nascer do sol por detr�s das Ilhas. De mansinho, o mar saldava a manh� com suaves ondas pregui�osas despojando-se na areia.

Algumas poucas mesas eram arrumadas pelos quiosqueiros exaustos do ver�o. Alguns coqueiros serviam de toco onde pilhas de cadeiras estavam amarradas para escapar das m�os dos ladr�es. A manh� explodia t�mida e paradoxal.

Depois do caf�, a correria matinal. Conferir e-mails, atualizar o Facebook, o v�cio bom da troca imediata de informa��es e uma aten��o pouca a uma paciente muito especial, que precisava de cuidados.

N�o demorou muito para um torpedo muito dolorido: "amiga, irm� acabou de nos deixar. Ore a Deus por sua alma".

Neste instante de desassossego de minh�alma, coube-me respirar forte e enviar de volta outra mensagem a meu melhor amigo: _aqui, meu amigo � s� um breve est�gio, l� onde ela est� � pra sempre e ao lado do Pai.

Bem, perdi o ch�o, se abriu, era meu melhor amigo que precisava de meu abra�o. Precisava que eu fosse ao cart�rio ver a certid�o de �bito, a Pol�cia informar o fato, embora morte natural, a funer�ria ver o caix�o que os urubus iriam me empurrar sem ter a menor consci�ncia que meu melhor amigo n�o tinha no momento condi��es de avaliar pre�o, qualidade ou sei l� mais o que, que esses desalmados inventam para endividar a fam�lia de quem foi ao encontro de Deus.

N�o podia ir, n�o fui. Meu emprego n�o me d� direito de sair sem antes planejar, deixar algu�m no meu lugar, enfim. Era a manh� suave que se tornara pesada e horr�vel.

Veio � tarde. O soco no caixa eletr�nico ao deparar com o saldo negativo e uma merda de um dep�sito menor do que o tratado e bloqueado para 48h00. A mentira de outro dep�sito que n�o fora feito... Enfim, a constata��o de um fim de semana duro.

Isso pouco demais. Na escola meus alunos me aguardavam e esperavam que eu hoje declamasse um belo poema. Eu li, um poema triste, com o t�tulo Barco, de um amigo. Eu estava semelhante ao poema � perdida, sem rumo!

Pela rua minha paciente andava atr�s de uma assinatura de um atestado m�dico, a tarde toda. � toa literalmente pra l� e pr� c�. Havia feito uma cirurgia, um enxerto �sseo na boca.

No posto municipal de sa�de, um desses bem vagabundinhos de bairros, 20 pacientes aguardavam o m�dico e mais cinco, para a tal assinatura de um atestado. Resolveu � paciente enquanto os 20 eram atendidos cuidar das unhas. Na volta, depois de 22 pacientes, o m�dico n�o quis assinar, se omitiu, disse que n�o era da compet�ncia dele, pois n�o era dentista. Indicou o tal odonto, que, no consult�rio particular n�o poderia atender, iria perder tempo. Mandou que voltasse na segunda em um distante bairro, em mais um destes postinhos balela.

Enfim, desolada, ainda no posto do bairro com o m�dico sem compet�ncia a assinar um atestado que comprovasse sua cirurgia, solicitou a paciente uma receita para que pudesse pegar no posto municipal a tal Amoxilina: _ isso deveria ter sido o dentista a te dar. Esbravejou o m�dico que a gente paga. Um grosso!

Agora, pergunta-se? Se a paciente estivesse com uma infec��o, sairia sem a receita.

� de costume j�, eles sempre fazem o contribuinte de ot�rio. Com dor, idoso, ou deficiente. Eles n�o s�o pr�-candidatos a nada, porque os que est�o interessados em nosso valioso voto, sem d�vida, assinariam todos os atestados e daria at� receita tarja preta.

Depois desse dia t�o cheio, sem alegria na aula, sem o abra�o em meu melhor amigo, fica a certeza: pobres de marre de si imploram a vereadores oportunistas consultas, exames, rem�dios, dentaduras e tudo mais. E eles est�o l� na tal Casa de Leis. Uma casa de sacanagem!

Fazer o que, se at� os intelectuais s�o destratados pelo maldito funcion�rio p�blico que se intitula de m�dico assim imagina o restante da popula��o.

Se eles tratam assim a sua esp�cie, imagina o que n�o fazem com os c�es. E quando a gente flagra em suas festinhas indevidas e exp�e na m�dia, com a cara mais lavada ficam a implorar que alivie o lado deles. Vou colocar um a um na Boca do Inferno e assim, os leitores v�o dar uma debochada da cara deles, depois eu pe�o aos pensadores que fa�am caricaturas e charges. Sem contar que uma debochada em cr�nica tamb�m alivia a dor de uma paciente e uma acompanhante.

M�seros intrag�veis seres desumanos tenham uma noite de tranq�ilidade em seus travesseiros macios, que n�s pagamos para se deitarem e babarem essa baba nojenta e esnobe que sai de suas entranhas. Doutorzinhos de merda!

Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Luciana Maximo    |      Imprimir