Categoria Geral  Noticia Atualizada em 14-03-2012

BB vai ajudar na redução do "spread bancário", diz Bendine
Presidente do BB se reuniu nesta quarta-feira com o ministro da Fazenda. Segundo Bendine, modelo de financiamento precisa ser revisto no país.
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Foto: g1.globo.com

O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, disse nesta quarta-feira (14), após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que a instituição financeira pública vai ajudar na "agenda permanente" de redução do "spread bancário" no Brasil.

O chamado "spread" é a diferença entre a taxa de captação dos bancos (o que pagam pelos recursos) e o valor cobrado dos clientes, em termos de taxas de juros. Além do lucro dos bancos, o spread também é composto pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios e pelos tributos, entre outros. Em janeiro, com a alta dos juros bancários, na contramão da taxa básica, o spread bancário avançou para 27,8 pontos, contra 26,9 pontos em dezembro do ano passado.

"Continuamos trabalhando forte e temos a perspectiva de poder colaborar bastante com este processo. Até o próprio modelo de financiamento do crédito do país que precisa ser revisto. É nisso que estamos trabalhando. O banco [BB] vai procurar ajudar bastante nesse processo. Eu acho que o próprio modelo economico financeiro tem folga pra gente trabalhar", declarou Bendine.

Prioridade do governo

Na última semana, ao comentar o resultado do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7% em 2011, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou os bancos públicos vão ajudar na redução do "spread bancário". "Temos de reduzir o custo financeiro, reduzir os "spreads" dos bancos. Os bancos públicos estarão reduzindo as taxas de juros e aumentando o crédito. O fundamental é o reforço dos investimentos", disse ele na ocasião.

Antes disso, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que redução do "spread bancário" é uma "prioridade do governo" e uma "determinação" da presidente Dilma Rousseff. "O "spread" bancário continua sendo uma prioridade do governo. Nós temos trabalhado com medidas que vão entrar em vigor que vão ajudar a reduzir o "spread". Tem sido uma determinação da presidenta. Temos trabalhado em alguns pontos importantes", disse ele no fim de fevereiro.

O próprio Banco Central já prevê que os bancos públicos serão responsáveis por "puxar" o crescimento do crédito bancário neste ano, a exemplo do ocorrido na primeira etapa da crise financeira internacional, em 2009. A previsão da autoridade monetária é que o crédito ofertado pelos bancos públicos cresça 19% em 2012, contra 12% dos bancos privados e 13% nos bancos estrangeiros.

Composição do "spread"

Segundo relatório divulgado pela autoridade monetária em novembro do ano passado, a parcela do lucro dos bancos em todo o valor do spread subiu de 29,94% do total em 2009 para 32,73%, quase 1/3 do total, em 2010. Desde 2004, trata-se da segunda maior participação do lucro dos bancos no "spread" – perdendo apenas para 2008 (34,69% do total). Os dados do BC também revelam que, nos bancos privados, a parcela de seu spread destinado ao lucro foi de 34,15% em 2010, mais alto do que os 30,60% registrados nos bancos públicos.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir