Categoria Policia  Noticia Atualizada em 30-03-2012

Diálogo indica que senador fazia lobby
Gravações da PF mostram conversas entre Demóstenes e empresário. "Se você quer votar, tudo bem, eu vou atrás", disse senador a Cachoeira.
Diálogo indica que senador fazia lobby
Foto: g1.globo.com

Gravações telefônicas publicadas na edição desta sexta-feira (30) mostram que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) usou de seu mandato para tentar beneficiar o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde o fim de fevereiro sob acusação de chefiar uma quadrilha de jogo ilegal.

Demóstenes é alvo de investigação em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Na noite desta quinta (29), o ministro Ricardo Lewandowski determinou a abertura de inquérito e a quebra do sigilo bancário do senador pelo período de dois anos - Lewandowski não informou o período de início e fim da quebra de sigilo.

Nas escutas, referentes à Operação Vegas, de 2009, há conversas desde a interferência em processo judicial ao lobby para regularização dos jogos de azar no Congresso Nacional. Segundo o jornal, o senador também teria interferido, a pedido de Cachoeira, em negócios da estatal Infraero. Na época, Demóstenes era relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou problemas no tráfego aéreo do país.

Investigação da PF
Demóstenes e os deputados Sandes Júnior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) foram citados em relatório da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro e que prendeu Carlos Cachoeira.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a abertura de inquérito após analisar as gravações da Operação Monte Carlo por aproximadamente 20 dias. Ele afirma ter verificado 10 meses de interceptações telefônicas feitas pela PF.

No pedido ao Supremo, Gurgel também solicitou o desmembramento do inquérito para investigar os demais parlamentares. Em relação ao envolvimento de pessoas sem foro privilegiado, Gurgel pediu que fosse desmembrado para análise da primeira instância da Justiça.

Sobre o desmembramento e a investigação aos deputados Sandes Júnior e Carlos Alberto Leréia, Lewandowski pediu mais informações ao procurador-geral antes de tomar uma decisão. O ministro do STF negou pedido de Gurgel para interrogar o senador. Segundo o ministro, a solicitação ainda é "prematura".

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir