Categoria Policia  Noticia Atualizada em 05-04-2012

Número de motoristas flagrados pela PM embriagados triplicou em SP
Três em cada 50 abordados estavam bêbados, mostram dados. Blitz acompanhada pelo G1 autuou quatro condutores na quarta.
Número de motoristas flagrados pela PM embriagados triplicou em SP
Foto: g.globo.com

O número de motoristas flagrados dirigindo embriagados triplicou neste ano na cidade de São Paulo, indica levantamento do G1 feito com base em dados da Polícia Militar. Segundo a corporação, apenas nos três primeiros meses deste ano 3.564 das 60.485 pessoas submetidas ao teste do bafômetro estavam alcoolizadas.

O número indica que, a cada 50 motoristas abordados, cerca de três estavam bêbados. Para comparação, dos 221.079 testes feitos na capital em todo o ano passado, 4.707 foram pegos pelo bafômetro – ou aproximadamente um em cada 50 abordagens.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu no dia 28 de março que apenas o teste do bafômetro e o exame de sangue são válidos para provar a embriaguez ao volante - excluindo assim o exame clínico (constatação por observação médica) e relatos de testemunhas como provas no processo criminal.

Em tese, essa decisão facilitaria a vida dos motoristas infratores que se recusassem a assoprar no bafômetro – o testemunho do policial não seria levado em conta durante a fase processual. Na prática, segundo a polícia, a maioria dos condutores paulistanos, porém, continua se submetendo ao teste.

Foi o que o G1 constatou na noite desta quarta-feira (4). Durante blitz na Avenida Professor Manuel José Chaves, no Alto de Pinheiros, bairro da Zona Oeste de São Paulo, nenhum motorista citou a decisão judicial para se negar a fazer o teste. Entre as 21h e as 22h30, 89 pessoas foram abordadas e submetidas a um pré-teste, que acusa a presença ou não de indícios de álcool. Quando dá positivo, o condutor é levado à lateral da via, onde estaciona o veículo e passa pelo bafômetro.

"Essa ação faz parte do processo. É excelente. A lei que está adotada no país está correta", disse o engenheiro Edson Luis Gomes, de 37 anos. Ao soprar, o bafômetro acusou que o índice de álcool em seu sangue era aceitável.

Outros quatro condutores, porém, não tiveram a mesma sorte e foram autuados por dirigir sob influência de álcool (artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro). O embalador Osmar dos Santos, de 61 anos, é um deles. "Bebi duas latinhas, mas nada que atrapalhasse. Para dirigir eu estou sossegado", afirmou.

Uma publicitária de 31 anos que não quis ter o nome divulgado também foi flagrada dirigindo embriagada. Antes de fazer o pré-teste, ao ser questionada por um policial se havia bebido, ela foi honesta e disse que havia ingerido duas taças de vinho. "Para que mentir? Eu sei que estou errada. Eu saio bastante e sei que isso [blitz] pode evitar acidentes", afirmou. "Só achei que nunca aconteceria comigo."

A publicitária e o embalador vão receber uma multa de R$ 957,70 e terão suspenso o direito de dirigir por 12 meses. Seus veículos só não foram apreendidos porque conhecidos deles, com habilitação válida e evidentemente sóbrios, buscaram os carros.

Para o capitão Lima, nos próximos dias, com a chegada do feriado de Páscoa e o reforço do governo nas blitze – segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) serão 80 policiais e 40 veículos, realizando cerca de 20 bloqueios por dia na capital -, o número de autuações deve aumentar ainda mais. "Se fosse amanhã [quinta-feira, véspera da Sexta-Feira Santa], teriam sido [flagrados] uns dez."

Lei mais rígida

O valor da autuação, que já é alto, poderá dobrar caso um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que torna mais rígida a Lei Seca seja aprovado. A proposta, que deve ser colocado em votação em Brasília na próxima quarta-feira (11), prevê aumento da multa para R$ 1.915,40, além de incluir de outras formas, além do bafômetro e do exame de sangue, para provar a embriaguez ao volante.

O projeto admite como prova "teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, imagens, vídeos, prova testemunhal ou outros meios que, técnica ou cientificamente, permitam aferir a condição". O texto recebeu apoio do Ministério da Justiça.

Outra novidade do projeto é que ele vai prever que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamente os testes para verificar quando o motorista estiver sob o efeito de qualquer "substância psicoativa". Hoje, o Código de Trânsito Brasileiro prevê a proibição de se dirigir sob o efeito destas substâncias, mas não trata da fiscalização.



Policial aplica pré-teste em condutor nesta quarta



Ao todo, 89 pessoas foram abordadas em blitz no Alto de Pinheiros




Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir