Categoria Economia  Noticia Atualizada em 10-04-2012

Dilma critica "expansão monetária" de desenvolvidos em encontro com Obama
Presidente americano declarou nesta segunda "ter sorte" por encontrar na presidente Dilma Rousseff uma "parceira"
Dilma critica
Foto: istoe.com.br

A presidente Dilma Rousseff manifestou nesta segunda-feira (9) a seu colega americano, Barack Obama, sua preocupação com as políticas de "expansão monetária" dos países desenvolvidos que "põem em perigo" o crescimento de nações emergentes. "Essas políticas monetárias levam à desvalorização das moedas dos países ricos, colocando em perigo o crescimento dos países em desenvolvimento", afirmou Dilma no Salão Oval da Casa Branca, junto ao presidente americano. O Brasil, sexta maior economia do mundo, enfrenta uma apreciação de sua moeda frente ao dólar e atribui esse fato a uma "guerra cambial" dos países ricos, que estão inundando o mercado de crédito barato.

Dilma, em sua primeira visita à Casa Branca, disse a Obama que o papel que os Estados Unidos podem jogar é "muito importante", tanto "na contenção da crise" mundial como no impulso ao crescimento. A presidente disse que o Brasil reconhece "o papel dos bancos centrais, especialmente, nos últimos meses, do Banco Central Europeu" para "impedir uma crise de liquidez de altas proporções que afetaria todos os países". Dilma disse que os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) contribuíram de forma "significativa" para o crescimetno mundial, mas afrimou que é importante "a retomada do crescimento nos Estados Unidos".

Tanto Dilma como Obama elogiaram o estado das relações entre os dois países, mas afirmaram que ainda há espaço para avançar.
"A boa notícia é que a relação entre Brasil e Estados Unidos nunca esteve mais forte, mas podem tornar as coisas mais ambiciosas", disse Obama, que visitou o Brasil em março de 2011.

Os presidentes, que depois de sua reunião na Casa Branca liderarão um encontro de empresários dos dois países, concordaram em citar áreas mútuas de interesse, como energia, educação, tecnologia, em cooperação na defesa e na luta contra o narcotráfico e o crime organizado.

Os dois líderes concordaram também em ressaltar a importância desta reunião para fechar pontos de vista antes da Cúpula das Américas que ocorre no fim de semana em Cartagena, Colômbia, da qual os dois participarão.

Relações fortes

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou nesta segunda "ter sorte" por encontrar na presidente Dilma Rousseff uma "parceira". Logo depois de uma hora e meia de conversas no Salão Oval da Casa Branca, os dois líderes fizeram declarações para a imprensa - sem dar chances para perguntas - e concentraram-se sobretudo nas oportunidades de negócios oferecidas de lado a lado.
Obama elogiou os "progressos do Brasil" nos governos de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e admitiu seu interesse em fazer dos EUA "um grande cliente" do País no campo da energia. Especialmente, em petróleo e gás. "Esperamos cooperar em uma ampla gama de projetos energéticos", afirmou Obama, sentado ao lado de Dilma. "A relação bilateral nunca foi tão forte", completou.

Mais prolixa do que Obama, Dilma ressaltou o fato de o investimento direto produtivo do Brasil nos EUA hoje alcançar 40% do americano no mercado brasileiro. "A relação entre Brasil e Estados Unidos é muito importante para nós, tanto a bilateral como a multilateral", afirmou, ao expressar a necessidade de estreitar laços e de ampliar o investimento recíproco. "É do nosso mais alto interesse estreitar nossas parcerias em economia e em inovação (com os Estados Unidos)."

A presidente igualmente mencionou as oportunidades abertas pelo setor energético para as companhias americanas, como as fornecedoras de equipamentos e prestadoras de serviços. Salientou como outras áreas igualmente importantes a serem exploradas as de inovação tecnológica, de inovação, de segurança e de infraestrutura para a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016.

Fonte: istoe.com.br
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir