Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 10-04-2012

Primeiro óbito causado por doença de Chagas é confirmado no ES
Vítima foi uma criança de dois anos, moradora de Guarapari. Técnicos do Ministério da Saúde vão acompanhar os trabalhos de campo.
Primeiro óbito causado por doença de Chagas é confirmado no ES
Foto: g1.globo.com

Foi confirmado nesta segunda-feira (9) o primeiro óbito causado por doença de Chagas aguda no Espírito Santo, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A vítima foi uma criança de dois anos, moradora de Guarapari. A criança deu entrada no Hospital Infantil de Vitória, no dia 5 de março, encaminhada em estado grave com acompanhamento médico.

De acordo com a secretaria, apesar dos esforços da equipe, a paciente morreu em poucas horas. Nesta segunda-feira (09), técnicos do Ministério da Saúde (MS) desembarcaram na capital para acompanhar os trabalhos de campo.

A Sesa disse que começou a coordenar ações de prevenção e tratamento da doença, imediatamente. O setor de Vigilância Ambiental de Guarapari foi acionado para que fossem adotadas as primeiras medidas, como identificação de pessoas com sintomas da doença de Chagas, mas nada foi encontrado.

As atividades foram concentradas nas localidades frequentadas pelo paciente na zona rural de Guarapari. Na região pesquisada, a equipe constatou ainda a presença de barbeiros. Os insetos foram capturados e levados para análise. O exame comprovou que portavam o parasita transmissor da doença de Chagas.

Segundo a Sesa, desde 2007 até hoje, houve apenas três confirmações da transmissão da doença dentro do território capixaba. O hábito de picada peculiar deste vetor contribui para que os casos de transmissão da doença não sejam tão altos quanto aqueles gerados pelo Triatoma brasiliensis, o principal vetor da enfermidade no País.

Características

É transmitida pelo barbeiro que carrega o protozoário Trypanossoma cruzi, responsável pela doença. O inseto se alimenta de sangue e pode adquirir o agente etiológico ao picar um animal contaminado. A transmissão em humanos acontece quando o barbeiro pica a pessoa e ao mesmo tempo defeca perto do local da picada. Quando a pessoa coça a região, acaba levando o protozoário à corrente sanguínea.

Os problemas causados são graves e podem afetar o fígado e, principalmente o coração e até mesmo ocasionar óbitos. A doença é de evolução lenta, mas apresenta uma fase aguda importante. Entretanto, se diagnosticada no início, tem grande grau de cura. O tratamento é feito com um medicamento produzido no Brasil fornecido de graça na rede de saúde pública.

Sintomas
Os sinais iniciais da doença se produzem no próprio local, onde se deu a contaminação pelas fezes do inseto. Estes sinais surgem mais ou menos de quatro a seis dias, após o contato do barbeiro com a sua vítima.

Na fase aguda, há presença de febre, mal estar, falta de apetite, edemas localizados na pálpebra ou em outras partes do corpo (chagoma de inoculação), enfartamento de gânglios, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Frequentemente, nesta fase, não há nenhuma manifestação clínica da doença, podendo passar despercebida.

Prevenção

- Melhorar habitação, por meio de reboco e tamponamento de rachaduras e frestas;
- Manter a casa limpa, varrer o chão, limpar atrás dos móveis e dos quadros, expor ao sol os colchões e cobertores, locais onde os barbeiros costumam se esconder;
- Usar telas em portas e janelas;
- Impedir a permanência de animais, como cão, gato, macaco e outros no interior da casa;
- Construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro, depósito afastado das casas e mantê-los limpos;
- Retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas;

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir