Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-05-2012

Mulheres vencem domínio masculino e assumem comando no agronegócio
Executivas e produtoras relatam trajetória de sucesso na Agrishow. Feira de tecnologia agrícola em Ribeirão Preto termina nesta sexta.
Mulheres vencem domínio masculino e assumem comando no agronegócio
Foto: g1.globo.com

Com poder de decisão para comprar máquinas agrícolas para uma empresa que fatura mais de R$ 200 milhões ao ano, a executiva Lígia Januário, 31 anos, ainda é exceção no agronegócio. O escritório onde trabalha em Ribeirão Preto (SP) é um exemplo disso: ela é a única mulher entre os 100 funcionários. "Isso nunca me atrapalhou", disse enquanto negociava tratores na Agrishow 2012, acompanhada de cinco colegas de trabalho – todos homens.

A argentina Emília Williams também atingiu rapidamente sucesso em uma carreira mais comum a homens. Aos 29 anos, já é coordenadora de relações internacionais da Expoagro, maior feira do setor agropecuário no país dela. "O setor argentino sempre foi machista, mas cada vez há mais mulheres".

O fato de Lígia e Emília terem vencido num setor reconhecidamente dominado por homens pode ser um sinal de mudanças, explica Silvia Morgulis, presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio, entidade ligada à Sociedade Rural Brasileira."Ainda é difícil encontrar esses exemplos, porque esse é um meio machista, mas sei que há muitas mulheres que, sem fazer barulho, tocam fazendas e agroindústrias pelo país", afirmou.

O grupo liderado por Sílvia reúne 23 mulheres pecuaristas que têm até 70 mil cabeças de gado. "Criamos o núcleo faz dois anos. É uma forma de cooperação, porque até para comprar um trator nós temos dificuldade. Quando chegamos num estande, não vem vendedor nos atender. Estão acostumados com mulheres que só seguem os maridos".

Seguir algo? Só se for uma tendência do agronegócio, ou uma nova onda do setor, como explica a agropecuarista Marize Porto Costa. Sensível a questões como sustentabilidade, colocou em prática na sua fazenda em Ipameri (GO) um plano de integração entre floresta, pecuária e lavouras. "O gado pasta no meio dos eucaliptos", explicou sobre o sistema que aproveita melhor o espaço para produzir.

Atitudes como a de Marize coincidem com a opinião de Silvia sobre a atuação das mulheres no meio agrícola. "Nós somos igualmente seguras e capazes nos negócios, mas temos sempre um olhar sensível, sem essa agressividade e instinto de competição que é comum aos homens".






Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir