Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 22-05-2012

Presidente Kennedy: o paraíso esquecido
O município sempre foi o patinho feio do sul do Estado, esquecido no extremo da divisa com o Rio de Janeiro.
Presidente Kennedy: o paraíso esquecido

Já no passado era um estorvo para o município mãe: Itapemirim. Era conhecida pela festa das Neves onde sua igreja foi uma das primeiras a serem erguida no Estado. Fazia parte do complexo do jesuítico que possuía ainda a fazenda Muribeca moderna para a época.

Até a contemplação do Deus Netuno que fez seu quadrante marítimo, uma riqueza de dar inveja aos gananciosos, ostentava os piores Índices de Desenvolvimento Humano do Estado.

De tão mal exploradas suas terras beiram a desertificação. O hospital ficava exposto na colina como um monumento as lamurias. Seu primeiro prefeito senhor Manoel Fricks Jordão possuía um fusca que percorria terras enlamaçadas. Sua postura era ereta. A intelectual Dadir Fricks era a guardiã da cultura local alicerçada nos negros que habitam as comunidades quilombolas de Mineirinho, Mara Égua, e Grão Mongol que preservam raizes do jongo e do boi pintadinho até hoje. Kennedy funcionava como cidade satélite dos políticos cachoeirenses. Alguns edis moravam na Capital Secreta vindo quinzenalmente para as sessões. Além de esquecido não possui eleitores, coisa fatal para as estatísticas palacianas.

Com as volumosas quantias oriundas dos royalties do petróleo a classe política kennedense, em sua maioria vinda do campo não souberam lidar com a fartura mensurada do vil metal.

Esse paraíso esquecido começou a ser alça de mira dos espertalhões que usou uma parte da elite política para engendrar práticas condenáveis que deixa engessado um município estratégico para o desenvolvimento petrolífero do Estado. Presidente Kennedy será estudo de muitas teses sociológicas no melhor exemplo maquiaveliano do Pão e Circo. Sob uma intervenção branca do Estado busca agora só erguer tendo como retrovisor o velho fusca do prefeito Manoel Fricks e dos demais que o sucederam em épocas de vacas magras. Busquem no passado onde as fábricas de farinha molduravam o município e criou sua gente de forma honesta. Leiam a história e o exemplo do pioneiro serralheiro Átila Vivacqua Vieira.

Mirem-se nas mulheres guerreira que labutavam na lavoura e não recebiam de mão beijada incentivos escusos. Nos versos históricos de Dona Dadir. O tempo da soberba e fartura acabou. O local não pode ser conhecido como o de "toda pobreza", em seu sentido amplo.

Troquem o nome de Presidente Kennedy pelo do antigo distrito de Batalha, a população precisará muito dessa palavra, esse nome tem passado o de agora nunca os pertenceu...


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir