Categoria Policia  Noticia Atualizada em 23-05-2012

Jovem é morto durante confronto entre polícia e traficantes em Vitória
Ele foi morto por policiais militares, no Morro do Alagoano. Polícia disse que jovem de 17 anos não atirou, mas reagiu a cerco policial.
Jovem é morto durante confronto entre polícia e traficantes em Vitória
Foto: g1.globo.com

Um adolescente de 17 anos foi morto a tiros por policiais militares durante um confronto, na madrugada desta quarta-feira (23), no Morro do Alagoano, em Vitória. Segundo testemunhas, ele e outro jovem estavam armados e foram cercados pela polícia. Segundo o comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Brezinsk, o jovem não chegou a atirar, mas apontou a arma para os policiais. Ele afirma que a atitude dos oficiais foi em legítima defesa. O outro jovem foi preso.

A polícia informou que o adolescente morto tinha passagem por envolvimento com o tráfico de drogas. A doméstica Márcia Clemente, mãe do rapaz, tinha conhecimento do vício do filho e estava bastante abalada. "Por que isso? Meu filho não merecia morrer. Ele gostava de roupa de marca, gostava de dinheiro, só comprava roupas no shopping. Todo mundo o aconselhava: eu, o pai, a avó...Todo mundo falava pra ele sair dessa vida, mas ele desobedecia a gente", falou.

Uma testemunha, que preferiu não se identificar, contou que o rapaz não chegou a trocar tiros com a polícia. "Os dois meninos passaram e logo depois o carro da polícia subiu. Um policial pediu para ele parar. Ele parou e botou a mão pra cima. Nisso, outros policiais que estavam na rua de trás viram ele e atiraram. Ele estava armado, sim, mas em momento nenhum trocou tiro com a polícia", relatou.

Para a avó do jovem, Ivani de Souza, ele foi mais uma vítima do tráfico de drogas. "Esses pequenos fazem isso por dinheiro. Os grandes (traficantes) ficam lá em cima só rindo, porque quando é menor, passa três, quatro meses detido, aí é liberado e pronto", disse.

Legítima defesa

O tenente-coronel Brezinski, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, disse que o adolescente apontou a arma para os policiais e insinuou que atiraria. "Dois jovens armados tentaram fugir quando viram a polícia, mas encontraram com outro grupo de policiais que subiam o morro pelos becos. Um dos rapazes se entregou sem problemas, mas o outro apontou a arma de fogo para os policiais. Ele insinuou que ia atirar e, com isso, para repelir possível agressão, o policial militar efetuou o disparo, que infelizmente matou a pessoa", disse.

Quanto à necessidade dos tiros disparados pela polícia, Brezinski considera que foi a atitude correta. "É aquele momento de decisão onde o policial, para repelir, não vai ficar esperando que o disparo seja feito contra ele. Uma vez a arma de fogo apontada para a guarnição, o policial age em legítima defesa", falou. Ele informou que o caso será investigado.

Especialista em segurança

Segundo o especialista em segurança Marcos do Val, a lei permite que o policial aja em legítima defesa. "Se realmente esse cenário acontecer, da arma estar apontada, o policial tem direito, a lei permite que ele faça isso para se defender. O dever da polícia é sempre preservar vidas, mas nesse caso é justificável. Tanto que o outro rapaz só foi preso e não foi morto", falou



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir