Categoria Politica  Noticia Atualizada em 31-05-2012

CPI será conduzida com o rigor necessário, diz Vital do Rêgo
A confusão levou o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo a encerrar a sessão
CPI será conduzida com o rigor necessário, diz Vital do Rêgo
Foto: noticias.terra.com.br

Após reunião da CPI mista do Cachoeira, nesta quinta-feira, que terminou em discussão entre parlamentares, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que usou o rigor necessário na condução dos trabalhos. Ele liberou o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), após ele optar pelo direito de permanecer em silêncio. A reunião foi encerrada pondo fim a uma discussão entre o deputado Silvio Costa (PTB-PE), que considerou "hipocrisia" o silêncio do parlamentar goiano, e o senador Pedro Taques (PDT-MT), que defendeu o direito constitucional do acusado. As informações são da Agência Senado.

"A liberação de Demóstenes foi um ato padrão da CPI. Aqueles que não falam são imediatamente liberados. Atendi a uma questão de ordem do senador Pedro Taques para cumprir o que vinha sendo feito com outros depoimentos", disse Vital do Rêgo, ao ser questionado por jornalistas.

O senador reconheceu que o clima na CPI nesta quinta-feira "saiu do tom das discussões que devem existir nas relações parlamentares", mas afirmou que o episódio não afetará a continuidade dos trabalhos. "Sempre vai ter, na minha presidência, medidas para dar o tom necessário, o rigor necessário, a postura necessária. Não somos infalíveis e aquilo que não tiver dentro do padrão, será colocado em ordem."

Conforme declaração do presidente da CPI, todos os requerimentos na agenda poderão ser votados na próxima reunião administrativa. Vital do Rêgo lembrou que a comissão já votou 300 requerimentos e aprovou pedidos de transferência de mais de 70 sigilos, tendo ainda para exame uma gama de informações disponibilizadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coafi).

Sobre a suspensão do depoimento de Carlinhos Cachoeira, marcado para esta quinta-feira no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Goiânia, Vital disse ser "uma manobra da defesa", mas assegurou que o contraventor será reconvocado a falar à CPI tão logo preste informações à Justiça de Goiás.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.



Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir