Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-06-2012

Suu Kyi pede ajuda internacional para melhorar vida em Mianmar
A l�der da oposi��o birmanesa, Aung San Suu Kyi, pediu nesta sexta-feira em Bangcoc ajuda internacional para melhorar a vida de seus compatriotas e consolidar o processo de reformas democr�ticas em Mianmar.
Suu Kyi pede ajuda internacional para melhorar vida em Mianmar
Suu Kyi concede entrevista coletiva em Bangcoc. Foto: AFP

A Nobel da Paz de 66 anos fez essa chamada durante seu discurso no F�rum Econ�mico Mundial para a �sia Oriental, realizado na capital tailandesa, do qual participa em sua primeira viagem ao exterior desde 1988.

"O que queremos � melhorar Mianmar, n�o beneficiar um indiv�duo, grupo ou organiza��o, e sim todos os povos, porque em Mianmar existem muitas nacionalidades", afirmou a l�der opositora. Vestida com um traje tradicional birman�s, Suu Kyi arrancou aplausos do p�blico em v�rias ocasi�es, em um di�logo no qual se expressou de forma fluente e com momentos de humor e ironia.

A Nobel da Paz expressou sua preocupa��o com o futuro de seu pa�s, especialmente pelos jovens desempregados, que, disse, "perdem a esperan�a" e passam os dias nas cafeterias ou abusando do �lcool, das drogas e do jogo. "Precisamos de educa��o b�sica em Mianmar. N�o me refiro � educa��o elementar, mas �quela educa��o que permita um trabalho digno e para que os cidad�os possam p�r em pr�tica as reformas do Governo", enfatizou.

Suu Kyi, que recentemente ocupou uma cadeira no Parlamento, se mostrou "cautelosamente otimista" com as reformas empreendidas em seu pa�s. Em seu discurso, falou tamb�m da import�ncia da reconcilia��o nacional entre o Estado e as minorias �tnicas em conflito h� d�cadas e de acabar com a corrup��o e reformar o sistema judici�rio.

"Queremos investimentos que beneficiem todos, os investidores e o pa�s, n�o para aumentar a desigualdade ou para que os privilegiados sejam mais privilegiados ainda", sentenciou. Suu Kyi discursar� novamente no f�rum ao longo do dia e, embora n�o esteja confirmado, dever� nos pr�ximos dias visitar um campo de refugiados birmaneses na fronteira.

Reforma judicial Suu Kyi tamb�m pediu aos dirigentes birmaneses que mudem um sistema judicial completamente submetido ao poder militar durante meio s�culo. "As boas leis j� existem em Mianmar, mas n�o temos um sistema judicial limpo e independente", disse.

"Investidores em Mianmar, por favor estejam avisados de que inclusive a melhor lei de investimentos n�o ter� utilidade alguma se n�o houver um tribunal suficientemente limpo e independente que possa administrar estas leis com justi�a", acrescentou.

"At� agora, n�o fomos informados da menor reforma na frente judicial", disse, criticando que os dirigentes atuais, ex-militares que realizaram importantes reformas no �ltimo ano, "n�o pare�am pensar que h� uma necessidade de reforma judicial".

Campo de Batalha
Em outro momento, Suu Kyi pediu aos Estados Unidos e � China que n�o utilizem Mianmar, um pa�s estrat�gico para ambos, como "um campo de batalha". "Muita gente se pergunta qual ser� a posi��o de Mianmar agora que come�amos a caminhar em dire��o aos Estados Unidos, e como isto afetar� nossas rela��es com a China", disse em uma coletiva de imprensa em Bangcoc.

"Sempre me preocupo quando Mianmar � visto como um campo de batalha por Estados Unidos e China", acrescentou a l�der opositora e pr�mio Nobel da Paz em sua primeira viagem ao exterior em 24 anos. A China � a principal investidora estrangeira em Miamar, onde adquire, sobretudo, seu petr�leo e seu g�s natural, e desfruta de um mercado ideal para colocar seus produtos.

Quinze anos de pris�o domiciliar
A opositora birmanesa contou detalhes sobre o per�odo de mais de 15 anos que passou em pris�o domiciliar. Segundo Suu Kyi, o r�dio era seu principal meio de conex�o com o mundo exterior. "Aprendo muito escutando r�dio, j� que n�o h� distra��es, nem gente e nem comida na mesa. Ao escutar, voc� fica mais atenta a informa��o", disse a Nobel da Paz.

Nos anos em que esteve em pris�o domiciliar em Yangun por exigir reformas democr�ticas ao ent�o regime militar birman�s, Suu Kyi quase n�o recebia visitas, praticava medita��o e tinha acesso s� aos canais de televis�o estatais e a uma r�dio em que conseguia sintonizar a BBC e o Voice of America.

Agora, em outro contexto, a opositora pretende at� iniciar uma conta nas redes sociais para ter mais contato com as pessoas. "N�o sei se terei tempo neste momento, mas com os adiantamentos tecnol�gicos, nunca se sabe. Pode ser que amanh� esteja conectada no Facebook", disse a birmanesa em entrevista coletiva.

Al�m das experi�ncias obtidas no per�odo em que esteve presa, Suu Kyi tamb�m falou sobre temas pessoais, como seu pai, o her�i da independ�ncia Aung San, de quem disse que herdou a capacidade de lideran�a, e de sua m�e, Khin Kyi, que lhe ensinou a ter disciplina e a import�ncia do dever. "Minha m�e me ensinou que o dever est� na frente de tudo. Tentei p�r isto sempre em pr�tica", afirmou Suu Kyi, nome que poderia ser perigoso de ser pronunciado em Mianmar durante anos. A �ltima junta militar se dissolveu e passou o poder a um Governo civil h� pouco mais de um ano.

Fonte: terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir