O italiano Paolo Gabriele, o mordomo do papa Bento XVI envolvido no vazamentos de arquivos secretos da Santa Sé, foi interrogado nesta terça-feira pelo juiz vaticano Piero Antonio Bonnet, o encarregado da instrução formal deste caso.
Foto: arquidiocesebh.org.br Segundo o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, o interrogatório de Gabriele, detido há duas semanas sob acusação de roubo de documentos secretos com agravantes, foi realizado na presença dos dois advogados que acompanham o mordomo, Carlo Fusco e Critiana Arrù. Lombardi também negou que a justiça vaticana tenha disposto de algum tipo de colaboração da justiça italiana para solucionar este caso, que, por enquanto, só conta com o mordomo, residente no Vaticano, como único investigado. O juiz vaticano Paolo Papanti-Pelletier explicou que o mordomo do papa, que permanece em uma cela de segurança máxima no Vaticano, chegou a comparecer a uma capela no último domingo. Para acompanhar a missa, o acusado foi acompanhado por dois agentes da Gendarmaria, mas sem algemas. "As condições (nas quais está detido) são muito dignas. Para ter uma noção, oferecemos os mesmos pratos oferecidos à Gendarmaria. A cela possui uma janela, uma escrivaninha, uma cama, um crucifixo e, obviamente, um chuveiro", disse o juiz vaticano.
O interrogatório de Gabriele nesta terça ocorre após a divulgação de três novos documentos reservados pelo jornal romano "La Repubblica". No último domingo, este jornal publicou documentos sobre o secretário de Estado, Tarcisio Bertone, o secretário privado do papa, Georg Gaenswein, e sobre o Camino Neocatecumenal, o movimento fundado pelo espanhol Kiko Argüello. No entanto, em inúmeras vezes, o Vaticano negou que haja uma luta interna pelo poder entre facções vaticanas contrárias ao atual secretário de Estado, como afirma alguns veículos da imprensa. Até o momento, o mordomo do papa é o único detido neste caso. Mas a justiça vaticana segue investigando os responsáveis pelo vazamento destes documentos, que foram recolhidos pela imprensa e também expostos no livro "Sua Santità", do jornalista Gian Luigi Nuzzi.
Fonte: r7.com
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