Categoria Social  Noticia Atualizada em 11-06-2012

Famílias consideradas miseráveis começam a receber benefíciono dia 18
Na próxima segunda-feira, 2 milhões de famílias brasileiras, começam a receber o chamado Benefício de Superação de Extrema Pobreza para completar a renda domiciliar de R$ 70 per capita.
Famílias consideradas miseráveis começam a receber benefíciono dia 18
Foto: jornalatual.com.br

Segundo projeção inicial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita à época da definição das metas do programa Brasil sem Miséria, restam ainda mais 2 milhões de famílias para ascender acima da linha da pobreza. "Alcançar essas pessoas é desafio para os três níveis de governo, que deveriam reverter a invisibilidade social que contribui para afastar setores da população brasileira das políticas públicas, como o programa Bolsa Família", diz o psicólogo Fernando Braga da Costa, autor do livro Homens Invisíveis: Relatos de uma Humilhação Social.

"A invisibilidade está presente de tal forma que se tornou algo normal. O fato de ser normal não quer dizer mais nada além do fato de que estamos habituados", acrescenta. Para Costa, o Estado no Brasil está localizado de forma tão longínqua dos cidadãos que parece muito mais um jogo de esconde-esconde. "O Estado não cuida dessas pessoas porque não há interesse humano nisso e acaba prevalecendo o interesse de uma classe hegemônica dominante."

A estimativa do governo federal é a de que, até dezembro, 800 mil famílias em situação de extrema pobreza serão identificadas pela mobilização da busca ativa nos municípios. Apesar de a meta estar antecipada em um ano, não há certeza se esse número (projetado pelo IBGE) esgota o índice de famílias miseráveis no País. "Essas pessoas que ainda não recebem o Bolsa Família são as mais pobres dos pobres, precisam ser acolhidas pelo Estado e nós estamos indo atrás", garantiu a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello.

A maioria das 687 mil famílias em situação de extrema pobreza e ainda não assistida por políticas públicas (localizadas no último ano pela busca ativa) está nos centros urbanos (75%), inclusive em cidades com mais de 100 mil habitantes (39%), de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. "Os miseráveis estão nas periferias ou mesmo nos centros velhos das grandes cidades. Esses sujeitos estão fora do sistema, mas tentando o tempo todo ingressar nele", lembra Fernando da Costa.

Para o psicólogo, em contraste à dificuldade de percepção e lentidão do Estado, o mercado está atento às periferias. "Os shoppings centers identificaram potencial de lucro", disse, referindo-se à abertura de centros comercias em regiões habitadas por classes econômicas de menor poder aquisitivo na cidade de São Paulo.

Fonte: terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir