Categoria Politica  Noticia Atualizada em 28-06-2012

Romney promete abolir reforma da saúde de Obama se eleito nos EUA
Republicano afirma que vai derrubar legislação "no primeiro dia" de governo. Democrata felicitou a Suprema Corte, que manteve parte essencial do texto.
Romney promete abolir reforma da saúde de Obama se eleito nos EUA
Foto: g1.globo.com

O candidato republicano à presidência dos EUA, Mitt Romney, reiterou nesta quinta-feira (28) que vai abolir a reforma da saúde de Barack Obama no seu primeiro dia na Presidência dos Estados Unidos, caso derrote em novembro o atual presidente.

"O que a Suprema Corte não fez hoje, eu farei no meu primeiro dia como presidente dos Estados Unidos", prometeu Romney, que se manifestou pouco depois do anúncio da validação da lei mais simbólica da presidência Obama pela mais alta jurisdição do país.

Já o presidente Barack Obama comemorou a decisão, que qualificou como uma vitória para o povo dos Estados Unidos. Ele pediu aos opositores respeitem a decisão da justiça.

"Independentemente da política, a decisão de hoje foi uma vitória para o povo deste país, cujas vidas estão seguras por causa dessa lei e da decisão da Suprema Corte que a apoia", declarou Obama.

A Suprema Corte confirmou a parte essencial da lei de reforma, que obriga todos os cidadãos a pagar um seguro-saúde, embora com certos limites.

A sentença da maioria da Corte, a quatro meses das eleições, significa uma grande vitória para o presidente democrata.

Cinco juízes, entre eles o presidente da Corte, John Roberts, cujo voto foi decisivo, decidiram que o Congresso tem o poder de impor esta obrigação de ter um seguro médico, contra quatro que votaram contra.

Os juízes votaram, por sua vez, a favor de impor limites a certas mudanças no programa de saúde pública Medicaid, destinado aos mais pobres.

Todos os americanos deverão obter, portanto, um seguro médico antes de 2014 sob pena de sanções financeiras.

Republicanos

Sem se dar por vencida, a oposição republicana prometeu que tentará revogar totalmente a reforma da saúde após as eleições de novembro.

O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, se comprometeu a seguir lutando para revogar a reforma do sistema de saúde.

"A Câmara seguirá lutando pela revogação completa" da reforma, indicou Boehner em uma mensagem difundida em sua conta pessoal no Twitter.

À exceção do caso Bush contra Gore, que selou a vitória de George W. Bush na eleição presidencial de 2000, "muitas pessoas têm dado atenção a esta questão, mais do que em qualquer outro caso na história recente" da Suprema Corte, declarou Paul Clement, advogado dos adversários da administração Obama.

O mais alto tribunal dos Estados Unidos, de maioria conservadora, apresentou às 10h00 (11h00 no horário de Brasília) seu veredicto, descrito por especialistas como "a decisão do século", no último dia de sua sessão anual e após três meses de deliberações.

"Nós respondemos ao chamado da história", disse Barack Obama durante a adoção da lei em março de 2010. "Nós provamos que este governo - um governo do povo e pelo povo - continua a trabalhar para o povo".

Mais da metade dos estados, uma organização patronal e quatro indivíduos acreditam que esta disposição viola a Constituição. Eles pediram que a Corte reavaliasse todas as 2.700 páginas da legislação.

O governo havia pedido ao Tribunal para julgar a disposição conforme a constituição.

"Eu acredito que seja fundamental garantir que todos neste país tenham uma cobertura médica decente que não seja arruinada quando estão doentes", declarou Obama na terça-feira.

O rival republicano de Obama, Mitt Romney, que instituiu uma legislação parecida no estado de Massachussetts quando foi governador, havia prometido que, se a Suprema Corte não revogasse o texto, ele se apressaria em fazer isso ao entrar na Casa Branca.

Pesquisas recentes mostraram a impopularidade da reforma em um país obcecado pela defesa das liberdades individuais.

"A Corte deve decidir com base na Constituição, e não nas pesquisas", disse à France Presse a advogada Elizabeth Wydra, pró-governo. "Se os juízes seguirem a Constituição, a história e todas as suas decisões anteriores relativas ao poder federal, facilmente vão confirmar a lei".

"O que está em jogo é saber se o nosso governo federal tem poderes limitados", declarou o advogado Randy Barnett, que defende aqueles que se queixam a respeito da inconstitucionalidade da reforma, ressaltando: "Não estamos na França nem na Inglaterra, não estamos em um Estado com poderes ilimitados".



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir